quarta-feira, 3 de abril de 2013

Reunião da Comissão para os Assuntos de Segurança Pública no dia 20 de fevereiro de 2013


Integração entre o poder o público e a sociedade civil. Esta é a principal ação que a Comissão para os Assuntos de Segurança Pública, presidida pelo vereador Tico Costa (PP) e composta pelos vereadores André von Zuben (PPS), Carlão do PT, Pastor Elias Azevedo (PSB) e Jorge Schneider (PTB), propõe para reduzir os índices de criminalidade no município. Ontem a Comissão se reuniu no Plenarinho da Câmara Municipal e voltou a lembrar da importância dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) numa ação coletiva para minimizar a criminalidade. “Estive na segunda-feira (dia 18) numa reunião do Conseg Sul e havia um interesse de participação da entidade no futuro Gabinete de Segurança que será criado na cidade para combater a violência. Por isso, foi com alegria que vi hoje, na imprensa, que o prefeito Jonas Donizette (PSB) incluirá a representação das entidades no Gabinete”, disse Tico Costa.
A questão da unidade da sociedade no combate à violência foi enfatizada pelo vereador Carlão do PT. Para ele, os Consegs são a base para se ter ciência exata do cenário real da criminalidade no município, mas é preciso também que não se remeta o problema unicamente nos momentos de consternação pela morte de alguém mais conhecido na sociedade. “Na periferia temos, em média, de quatro a cinco mortes violentas por semana. Muitas são o reflexo do crime organizado na cidade. Por isso, há a necessidade de políticas públicas efetivas no combate à criminalidade, com um diálogo permanente com a sociedade”, afirmou.
Segundo o petista, para que a Comissão para os Assuntos de Segurança Pública e o Poder Público não façam um papel de “enxugar gelo” na questão da insegurança atual, é preciso que várias secretarias estejam integradas na busca de soluções. “A Secretaria de Educação, por exemplo, é essencial no combate ao crime, porque só com educação conseguiremos reverter este quadro efetivamente”, afirmou. Para Carlão do PT, seminários da Comissão com a participação de sociólogos e antropólogos, além do conhecimento de outras realidades que têm dado certo, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) cariocas, serão imprescindíveis para ajudar na busca de soluções para o problema.
A mesma ideia tem o Pastor Elias Azevedo. “É preciso reforçar a educação. Sou favorável à volta da matéria de Educação Moral e Cívica nas escolas. Ela faz falta. A família continua sendo a célula mater da sociedade. Na verdade, a sociedade nada mais é do que o reflexo da família. A sociedade é a família ampliada. Por isso é necessário que os pais saibam onde estão seus filhos, que haja diálogo”. Para o socialista, ações como o Projeto Vizinho Legal, onde estes têm maior integração, podem minimizar o problema. “Além disso, há projetos educacionais, como levar meninos e meninas para aulas de dança ou lutas de competição nos momentos que não estejam nas escolas, que podem coibir a participação destes no mundo do tráfico”, enfatiza o Pastor Elias Azevedo. Temos o problema, agora nossa missão é buscar as soluções”, disse. Ele lembrou que hoje há casos onde a população sequer tem acesso a praças públicas se não obtiver antes a anuência do crime organizado do bairro.

Cultura da paz
Já o vereador André von Zuben afirmou que há a necessidade de se criar uma “cultura da paz” no município. Para ele, “é preciso que exista mais tolerância e fraternidade entre as pessoas”. André von Zuben lembrou que hoje se mata sem que haja envolvimento real da pessoa com o mundo do crime, principalmente nos casos banais de agressão ou de violência doméstica, como o recente assassinato de um jovem campineiro no Guarujá por causa de uma conta errada num restaurante. “É preciso minimizar a criminalidade entre o cidadão honesto. E isso se obtém com maior tolerância. Para aqueles que já estão envolvidos no mundo do crime, faz-se necessário tomar medidas efetivas de ações de coerção. Mas uma mudança de cultura entre os cidadãos de bem, que não são criminosos, pode reduzir a violência em alguns casos”, afirmou o vereador do PPS.
André von Zuben disse ser favorável a ações vigorosas no combate à escalada de violência na cidade e que o papel da Comissão é cobrar ações concretas do Poder Público. “Temos hoje muitas vítimas anônimas da violência. É papel nosso, como vereadores, sermos a voz das comunidades, levarmos o clamor da sociedade aos agentes públicos, com ações efetivas. Dessa forma, proponho convidarmos o secretário municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Luiz Augusto Baggio, para vir debater o futuro plano de governo para o setor. É necessário, como representantes do povo, integramos a comunidade com ações concretas e leis”, disse o vereador.
Já o presidente da Comissão para os Assuntos de Segurança Pública, Tico Costa, fez questão de reforçar a ideia da integração da sociedade e dos poderes públicos e lembrou que ele mesmo já tomou medidas para que isso se consolide. Uma reunião com todos Consegs do município está sendo agendada junto à presidente geral das entidades, Solange Stabille Nigro. Campinas tem hoje 12 Consegs, com dez deles em atividade. “Os Consegs são prioritários no combate à violência. É preciso fortalecê-los. Mas outras ações vêm em conjunto a essa medida. A melhoria da Guarda Municipal (GM) é outra medida que pode ser adotada, com um trabalho maior do setor de inteligência desta corporação. Com isso, você se antecipa ao criminoso e evita a ocorrência do delito”, afirma Tico Costa.
O presidente da Comissão lembrou ainda que já houve contatos com os comandos das polícias Civil e Militar para que elas estejam integradas no plano municipal de combate à violência. “Agendaremos, na Comissão, num momento próximo, reuniões com esses comandos”, frisou. Há visitas previstas também à Central de Monitoramento de Campinas (CIMCamp) e ao município de Indaiatuba, para se avaliar o sistema de câmeras local, que reconhece placas de veículos.
Tico Costa lembrou também da necessidade de uma participação da população em ações simples, mas que podem inibir a escalada do crime. “Soube de um caso, por exemplo, onde parou um caminhão diante de uma residência e os ladrões literalmente roubaram tudo na casa. O vizinho viu tudo, mas achou que era uma mudança, não desconfiou de nada e não avisou a polícia. Se houvesse um contato maior entre os vizinhos, esse roubo teria sido evitado”, diz Tico Costa. Para o pepepista, é importante ainda que o número 153 (da Central de Atendimento da Guarda Municipal) seja mais divulgado à população.

Casas noturnas
A Comissão para os Assuntos de Segurança Pública discutiu também a questão da contínua fiscalização às casas noturnas e locais de grande aglomeração popular em Campinas. Para o Pastor Elias Avezedo, o ato de fiscalizar este setor não deve ser paralisado. “Houve o problema na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), e tivemos uma mobilização nacional neste sentido. Mas, agora, deve ser um fator constante de atenção da Comissão”, disse. Já André von Zuben enfatizou que a Comissão não deixará o fato cair no esquecimento. “Vamos cobrar sempre. Daqui a seis meses, por exemplo, proponho que busquemos junto aos órgãos competentes como está a situação de cada casa que foi autuada, se houve solução efetiva, se alguma foi reaberta irregularmente. Ou seja, é preciso se efetivar uma fiscalização periódica para que possamos evitar em Campinas uma tragédia como a de Santa Maria”, afirmou. O presidente da Comissão, Tico Costa, frisou que uma das medidas propostas pela Casa para o problema - de placas externas com especificações de segurança expostas nos locais públicos de grande aglomeração - está em votação na Câmara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário