Integração entre o poder o
público e a sociedade civil. Esta é a principal ação que a
Comissão para os Assuntos de Segurança Pública, presidida pelo
vereador Tico Costa (PP) e composta pelos vereadores André von Zuben
(PPS), Carlão do PT, Pastor Elias Azevedo (PSB) e Jorge Schneider
(PTB), propõe para reduzir os índices de criminalidade no
município. Ontem a Comissão se reuniu no Plenarinho da Câmara
Municipal e voltou a lembrar da importância dos Conselhos
Comunitários de Segurança (Consegs) numa ação coletiva para
minimizar a criminalidade. “Estive na segunda-feira (dia 18) numa
reunião do Conseg Sul e havia um interesse de participação da
entidade no futuro Gabinete de Segurança que será criado na cidade
para combater a violência. Por isso, foi com alegria que vi hoje, na
imprensa, que o prefeito Jonas Donizette (PSB) incluirá a
representação das entidades no Gabinete”, disse Tico Costa.
A questão da unidade da
sociedade no combate à violência foi enfatizada pelo vereador
Carlão do PT. Para ele, os Consegs são a base para se ter ciência
exata do cenário real da criminalidade no município, mas é preciso
também que não se remeta o problema unicamente nos momentos de
consternação pela morte de alguém mais conhecido na sociedade. “Na
periferia temos, em média, de quatro a cinco mortes violentas por
semana. Muitas são o reflexo do crime organizado na cidade. Por
isso, há a necessidade de políticas públicas efetivas no combate à
criminalidade, com um diálogo permanente com a sociedade”,
afirmou.
Segundo o petista, para que a
Comissão para os Assuntos de Segurança Pública e o Poder Público
não façam um papel de “enxugar gelo” na questão da insegurança
atual, é preciso que várias secretarias estejam integradas na busca
de soluções. “A Secretaria de Educação, por exemplo, é
essencial no combate ao crime, porque só com educação
conseguiremos reverter este quadro efetivamente”, afirmou. Para
Carlão do PT, seminários da Comissão com a participação de
sociólogos e antropólogos, além do conhecimento de outras
realidades que têm dado certo, como as Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs) cariocas, serão imprescindíveis para ajudar na
busca de soluções para o problema.
A mesma ideia tem o Pastor Elias
Azevedo. “É preciso reforçar a educação. Sou favorável à
volta da matéria de Educação Moral e Cívica nas escolas. Ela faz
falta. A família continua sendo a célula mater da sociedade. Na
verdade, a sociedade nada mais é do que o reflexo da família. A
sociedade é a família ampliada. Por isso é necessário que os pais
saibam onde estão seus filhos, que haja diálogo”. Para o
socialista, ações como o Projeto Vizinho Legal, onde estes têm
maior integração, podem minimizar o problema. “Além disso, há
projetos educacionais, como levar meninos e meninas para aulas de
dança ou lutas de competição nos momentos que não estejam nas
escolas, que podem coibir a participação destes no mundo do
tráfico”, enfatiza o Pastor Elias Azevedo. Temos o problema, agora
nossa missão é buscar as soluções”, disse. Ele lembrou que hoje
há casos onde a população sequer tem acesso a praças públicas se
não obtiver antes a anuência do crime organizado do bairro.
Cultura da paz
Já o vereador André von Zuben
afirmou que há a necessidade de se criar uma “cultura da paz” no
município. Para ele, “é preciso que exista mais tolerância e
fraternidade entre as pessoas”. André von Zuben lembrou que hoje
se mata sem que haja envolvimento real da pessoa com o mundo do
crime, principalmente nos casos banais de agressão ou de violência
doméstica, como o recente assassinato de um jovem campineiro no
Guarujá por causa de uma conta errada num restaurante. “É preciso
minimizar a criminalidade entre o cidadão honesto. E isso se obtém
com maior tolerância. Para aqueles que já estão envolvidos no
mundo do crime, faz-se necessário tomar medidas efetivas de ações
de coerção. Mas uma mudança de cultura entre os cidadãos de bem,
que não são criminosos, pode reduzir a violência em alguns casos”,
afirmou o vereador do PPS.
André von Zuben disse ser
favorável a ações vigorosas no combate à escalada de violência
na cidade e que o papel da Comissão é cobrar ações concretas do
Poder Público. “Temos hoje muitas vítimas anônimas da violência.
É papel nosso, como vereadores, sermos a voz das comunidades,
levarmos o clamor da sociedade aos agentes públicos, com ações
efetivas. Dessa forma, proponho convidarmos o secretário municipal
de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Luiz Augusto
Baggio, para vir debater o futuro plano de governo para o setor. É
necessário, como representantes do povo, integramos a comunidade com
ações concretas e leis”, disse o vereador.
Já o presidente da Comissão
para os Assuntos de Segurança Pública, Tico Costa, fez questão de
reforçar a ideia da integração da sociedade e dos poderes públicos
e lembrou que ele mesmo já tomou medidas para que isso se consolide.
Uma reunião com todos Consegs do município está sendo agendada
junto à presidente geral das entidades, Solange Stabille Nigro.
Campinas tem hoje 12 Consegs, com dez deles em atividade. “Os
Consegs são prioritários no combate à violência. É preciso
fortalecê-los. Mas outras ações vêm em conjunto a essa medida. A
melhoria da Guarda Municipal (GM) é outra medida que pode ser
adotada, com um trabalho maior do setor de inteligência desta
corporação. Com isso, você se antecipa ao criminoso e evita a
ocorrência do delito”, afirma Tico Costa.
O presidente da Comissão
lembrou ainda que já houve contatos com os comandos das polícias
Civil e Militar para que elas estejam integradas no plano municipal
de combate à violência. “Agendaremos, na Comissão, num momento
próximo, reuniões com esses comandos”, frisou. Há visitas
previstas também à Central de Monitoramento de Campinas (CIMCamp) e
ao município de Indaiatuba, para se avaliar o sistema de câmeras
local, que reconhece placas de veículos.
Tico Costa lembrou também da
necessidade de uma participação da população em ações simples,
mas que podem inibir a escalada do crime. “Soube de um caso, por
exemplo, onde parou um caminhão diante de uma residência e os
ladrões literalmente roubaram tudo na casa. O vizinho viu tudo, mas
achou que era uma mudança, não desconfiou de nada e não avisou a
polícia. Se houvesse um contato maior entre os vizinhos, esse roubo
teria sido evitado”, diz Tico Costa. Para o pepepista, é
importante ainda que o número 153 (da Central de Atendimento da
Guarda Municipal) seja mais divulgado à população.
Casas noturnas
A Comissão para os Assuntos de
Segurança Pública discutiu também a questão da contínua
fiscalização às casas noturnas e locais de grande aglomeração
popular em Campinas. Para o Pastor Elias Avezedo, o ato de fiscalizar
este setor não deve ser paralisado. “Houve o problema na Boate
Kiss, em Santa Maria (RS), e tivemos uma mobilização nacional neste
sentido. Mas, agora, deve ser um fator constante de atenção da
Comissão”, disse. Já André von Zuben enfatizou que a Comissão
não deixará o fato cair no esquecimento. “Vamos cobrar sempre.
Daqui a seis meses, por exemplo, proponho que busquemos junto aos
órgãos competentes como está a situação de cada casa que foi
autuada, se houve solução efetiva, se alguma foi reaberta
irregularmente. Ou seja, é preciso se efetivar uma fiscalização
periódica para que possamos evitar em Campinas uma tragédia como a
de Santa Maria”, afirmou. O presidente da Comissão, Tico Costa,
frisou que uma das medidas propostas pela Casa para o problema - de
placas externas com especificações de segurança expostas nos
locais públicos de grande aglomeração - está em votação na
Câmara.
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