quarta-feira, 3 de abril de 2013

Comissão visita órgão de segurança de Indaiatuba

Uma experiência que deu certo na área de segurança pública. Foi essa a realidade que os vereadores Tico Costa (PP), André von Zuben (PPS), Jorge Schneider (PTB) e Pastor Elias Azevedo (PSB), que integram a Comissão para os Assuntos de Segurança Pública da Câmara, viram na sede do Centro de Operações e Inteligência (COI) da Guarda Municipal (GM) de Indaiatuba. A visita fez parte do levantamento da Comissão para agregar experiências que possam servir de referência à uma reformulação da Central Integrada de Monitoramento (CIMCamp) em Campinas e ajudar a Secretaria Municipal de Segurança Pública em novas políticas para o setor. Em Indaiatuba, os números da criminalidade caíram drasticamente, principalmente em roubos e furtos de veículos, o que levou, inclusive, a uma redução no valor do seguro dos veículos. “A experiência do COI é importante porque, antes da sua implantação, autoridades daquele município vieram a Campinas para estudar a CIMCamp, que era modelo na época. Agora, fazemos o caminho inverso, o que mostra a necessidade de avanços na estruturação do nosso órgão”, disse o vereador Tico Costa, que é presidente da Comissão.
Indaiatuba tem hoje 210 mil habitantes e 145 mil veículos em circulação. Para cuidar da segurança de seus moradores, o município tem um efetivo de 265 integrantes da Guarda Municipal (GM), 160 policiais militares e 31 policiais civis. Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Defesa e Cidadania, o COI é ferramenta imprescindível para o sucesso da política de segurança pública. “Após fazermos visitas a diversos municípios, incluindo Campinas, começamos em dezembro de 2008 a implantação do COI e a reestruturação da GM. Mas foi só em setembro de 2009 que colocamos a primeira ferramenta de monitoramento em funcionamento”, afirmou Willian Barbanera, que é consultor da Prefeitura de Indaiatuba e integra a Consulti, empresa que ajudou a implantar o sistema. Se no início aconteceram problemas técnicos e de relacionamento com outros órgãos de segurança pública, com o tempo a estrutura foi adequada à realidade do município e hoje funciona integrada. “Antes havia dificuldade de troca de informações entre a GM e as polícias, mas agora, na nossa sede, temos a presença da PM num trabalho conjunto de segurança que tem dado certo”, afirma Barbanera.
Entre as medidas adotadas para que a política de segurança pública em Indaiatuba desse certo está a reestruturação da GM, que passou por nova metodologia de trabalho. O coordenador do COI, subinspetor Jesus, mostra que ações importantes foram adotadas. Reformas do prédio onde funciona hoje o COI e da sede da GM foram imprescindíveis, assim como o melhor aparelhamento da corporação, com a aquisição de armas (incluindo não letais), veículos e coletes. Foram 52 viaturas, 20 motocicletas e 10 bicicletas novas. Atualmente, em média, 20 viaturas e nove motos ficam em patrulhamento externo constante no município. Isso representa 20% do efetivo da GM sempre nas ruas. Inclua-se ainda o pelotão de trânsito e o Canil na segurança do cidadão.

LIGAÇÕES AO 153
Como reflexo da nova relação entre a GM e a população, o número de ligações para o telefone 153, da Central de Operações, chega a 4 mil por mês. “No 153 temos o atendimento e despacho para as demandas. O nosso pessoal passou por um treinamento para receber essas ligações e todas elas são gravadas. No dia seguinte, há uma auditoria sobre como foi esse atendimento e, no caso de algum desrespeito ao cidadão, o GM é repreendido”, explica o subinspetor Jesus.
O Sistema Eletrônico de Serviços para todos Acessarem (Sesta), onde um guarda pode informar desde a quebra de viatura até programar sua escala de serviço ou ter acesso ao plano anual de férias, foi outro ponto importante na reestruturação, ao reduzir a burocracia e implantar um espaço virtual onde cada integrante da corporação encontra soluções e se comunica com superiores ou colegas. “Nossa intenção – explicou o consultor Barbanera – é levar o Sesta para Campinas. Já tivemos, inclusive, encontros com o secretário de Segurança, Luiz Augusto Baggio, para tratar deste e outros assuntos da área.”
Mas um ponto que realmente mudou no município vizinho foi a eficiência da GM no atendimento às ocorrências de rua. Para isso foi essencial a implantação do Geofone. O sistema identifica o local da chamada telefônica no mapa da cidade, traz fotos do imóvel de onde partiu a ligação e o nome do proprietário, assim como de vizinhos. Isso viabilizou o fim de trotes e a agilização da chegada de guardas ao local. Hoje o tempo médio para se atender uma ocorrência é de quatro minutos. “Temos um GPS acoplado nas viaturas, o que nos dá condições de localização da que está mais próxima da ocorrência, através de um mapa digital, e enviá-la ao local”, diz Jesus.

MONITORAMENTO
Na visita ao COI os vereadores também conheceram o monitoramento por câmeras – modelo que a Comissão pretende apresentar à Prefeitura como uma opção a ser implantado na CIMCamp. Indaiatuba tem hoje 45 pontos monitorados por 91 câmeras para o controle de tráfego de veículos no município. Integradas por uma rede de fibras ópticas e “inteligentes”, elas fazem a leitura da placa daqueles que entram e saem da cidade, com cerca de 300 mil fotos realizadas diariamente. Com esse programa é possível se descobrir a incidência de vezes que um veículo suspeito chega ao município. Quando marcada uma placa, um alarme é disparado no sistema para avisar a central da sua chegada. A partir daí, ele é monitorado e, se necessário, uma viatura da GM o seguirá ou o abordará.
Além disso, Indaiatuba tem 36 quarteirões e duas avenidas fechados por 25 câmeras fixas e seis do tipo Dome, giratórias, integradas num quadrilátero. Com isso, tem-se controle efetivo e visual das principais áreas do município. Una-se ao esquema o Projeto Câmera Cidadã, onde sistemas particulares, como de indústrias, agências bancárias e comércio, podem ser integrados, com a requisição de imagens gravadas, quando necessário à uma investigação criminal. “É uma reunião de ferramentas em prol da segurança”, diz Jesus. Como medida prática de todo o aparato, em 2008, antes da sua instalação, Indaiatuba tinha um índice de criminalidade seis vezes menor do que Campinas. Hoje ele é 31 vezes menor.
Para os vereadores da Comissão para os Assuntos de Segurança Pública, a nova realidade do município vizinho serve como exemplo de políticas setoriais que podem ser adotadas em Campinas, com mudanças de metodologia e reestruturação do setor. Dessa forma, estudos dos vereadores podem ajudar o projeto de ações que a Prefeitura está adotando para minimizar o índice de violência na cidade. “A integração entre a Câmara e a Prefeitura é primordial para, junto com a sociedade organizada e o Estado, combatermos os números da violência no nosso município”, conclui o vereador Tico Costa.

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