sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Câmara recebe policiais civis que exigem melhores salários e condições de trabalho

Num movimento inédito na cidade, um grupo de aproximadamente 300 delegados e policiais civis de 54 delegacias seccionais do Estado esteve na Câmara Municipal de Campinas no final da tarde da quinta-feira (29/08). O grupo promete entrar em greve na semana que vem para protestar contra o que chamam de precarização das condições de trabalho e baixos salários. Portando faixas, cartazes e gritando palavras de ordem, o grupo saiu em passeata pelo Centro da cidade e se deslocou até a Câmara.
“Esta é a nossa última tentativa de negociação antes da greve. Viemos pedir ajuda à Câmara para que a Casa tente convencer o governador Geraldo Alckmin a pelo menos ouvir as nossas reivindicações”, disse a delegada Marilda Pansonato Pinheiro, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Os policiais reclamam que, apesar de há duas semanas a categoria ter entrado em estado de greve e desde então estar fazendo paralisações regulares e localizadas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não aceita discutir.
As entidades reclamam da defasagem salarial dos delegados e do contínuo sucateamento das demais carreiras da Polícia Civil. Reivindicam um aumento mínimo de 86,97% (hoje o salário bruto é de R$ 7.208,00) e a reposição dos postos de trabalho que vêm sendo fechados desde 1994. O déficit, segundo as entidades, é de oito mil policiais.
Hoje, caso os policiais que têm direito à aposentadoria se aposentassem, a estrutura do órgão encurtaria em quase dois terços. A Polícia Civil tem atualmente 27 mil policiais e, destes, pelo menos 17 mil poderiam, pela lei, requerer a aposentadoria. “A Polícia Civil fecharia as portas”, diz Marilda. “Há duas décadas nenhuma vaga é aberta ou preenchida”, diz o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, George Melão. “Estamos à beira do colapso e estamos pedindo socorro à sociedade”, acrescenta Marilda.
Segundo as entidades, o nível salarial da polícia civil paulista está classificado em 26º lugar entre os 27 Estados brasileiros. O empobrecimento da corporação tem provocado uma enorme debandada de policiais, que optam por trabalhar em outros Estados ou simplesmente mudam de profissão. Segundo eles, a região de Campinas precisaria ter, no mínimo, mais 300 policiais para atender a demanda.
CÂMARA - O grupo foi recebido pelo presidente da Câmara, vereador Campos Filho (DEM), e pelo presidente da Comissão de Segurança da Casa, vereador Tico Costa (PP). Também participaram do encontro com os policiais os vereadores Marcos Bernardelli, Luiz Henrique Cirilo e Artur Orsi – todos do PSDB - e Thiago Ferrari (PTB).
“Nós vamos elaborar um documento pedindo a abertura de negociações; coletar a assinatura de todos os vereadores e entregar ao governo do Estado e ao Secretário Estadual de Segurança (Fernando Grella)”, disse o presidente Campos Filho. “Esta Casa existe justamente para isso: para ouvir as demandas da população. E estará sempre aberta a receber os segmentos da sociedade que, de forma ordeira e democrática, pedem a intervenção do Legislativo. Esse é o nosso papel”, afirmou o presidente.
Tico Costa - que presidiu a mesa em parte do ato, quando o presidente Campos Filho precisou sair -  disse que pretende agendar uma audiência com o governador e entregar o pedido pessoalmente. “Assim que tivermos o documento, vamos a São Paulo para levar a posição da Câmara diretamente ao governador”, afirmou o parlamentar.

(Texto: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal)
(Fotos: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal)

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