quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Corpo de Bombeiros tem o apoio da Câmara para a criação do Febom


Apoio irrestrito da Comissão para os Assuntos de Segurança Pública à intenção do Corpo de Bombeiros de criar o Fundo Especial de Bombeiros (Febom) que visa, entre outras coisas, a garantia de aplicação da totalidade ou maior parte da arrecadação da taxa de combate a sinistros na corporação. Essa foi a resposta que o comando da instituição, presente num encontro hoje com membros da Comissão, obteve às suas reivindicações sobre a criação do Febom, a necessidade de renovação da frota de combate a incêndios e a criação de uma base operacional na região do Campo Grande/Ouro Verde. Atualmente, o que é investido pelo Município na corporação é advindo da receita da taxa de sinistro - o que gira em torno de 26% ou 27% -, um valor que, segundo o comando da instituição, não potencializa a demanda de investimentos e renovação, apenas a manutenção da estrutura já existente.
Entre as necessidades da corporação, o Febom possibilitaria a aquisição de viaturas e equipamentos de proteção individual para os bombeiros, assim como equipamentos e materiais permanentes de consumo; aquisição e instalação de hidrantes urbanos de incêndios e suas conexões à rede de distribuição de água; além da aquisição de imóveis, construções, reformas e ampliações da corporação.
Hoje, no Estado de São Paulo, há 75 municípios que já adotaram o Febom. A sua instituição se dá através de uma lei municipal de iniciativa do Executivo e normalmente a sua composição tem a participação de cinco integrantes, sendo três da Administração Pública, entre Prefeitura e Câmara Municipal, e dois representantes do Corpo de Bombeiros. “A sua formação é feita desta forma para dar a maior transparência possível ao órgão”, afirmou o capitão e comandante do 1º Subgrupamento do 7º Grupamento, Alexandre Doll de Moraes.
Indagado pelo vereador Carlão do PT, que participou do encontro, sobre a possibilidade de se ampliar o Febom com a inclusão de órgãos de classe, Ministério Público e representantes da área médica, por exemplo, Doll de Moraes afirmou que é viável a criação de um conselho consultivo que congregaria vários setores da sociedade, mas que o conselho deliberativo deveria se manter com cinco membros para garantir a agilidade das decisões.
ARRECADAÇÃO AMPLIADA
Na verdade, a criação do Febom, que já teria a anuência para estudos do prefeito Jonas Donizette, formalizaria a garantia de um melhor planejamento dos recursos que vão para o Corpo de Bombeiros, possibilitando uma reserva de verba orçamentária de um ano para o outro e a garantia de aplicação de recursos da taxa de combate a sinistros nas guarnições. A arrecadação municipal com a taxa de combate a sinistros foi de R$ 9 milhões em 2012. Contudo, apenas R$ 1,680 milhão foram repassados à corporação.
“O ideal seria obtermos 100% da taxa de combate a sinistros para o Febom. Entretanto, sabemos que parte dessa taxa é repassada também à Defesa Civil do Município e a Guarda Municipal (GM). Dessa forma, criado o Febom, acreditamos que seria possível chegarmos a um denominador comum junto à Administração Pública, onde o Corpo de Bombeiros obtenha capacidade de prever investimentos”, afirmou o tenente-coronel Flávio José Bianchini, comandante do 7º Grupamento.
Para o vereador André von Zuben (PPS), a resposta que o Legislativo pode dar à necessidade da corporação é a Comissão para os Assuntos de Segurança Pública se antecipar ao projeto de lei que o Executivo deverá enviar à Casa e se mobilizar para que haja um consenso entre os poderes. Assim, o PL, ao chegar para discussão e votação no plenário, já teria apoio geral e sua aprovação com agilidade.
Já o presidente da Comissão, Tico Costa (PP), reiterou a proposta de Von Zuben e colocou que se esforçará para que haja o apoio integral da Câmara à criação do Febom. Uma cópia do PL, inclusive, foi entregue aos membros da Comissão para estudos e possíveis alterações, o que formataria um projeto capaz de agregar interesses do Município e da corporação. “A antecipação do debate junto ao Executivo servirá para trazer a matéria mais rapidamente à votação”, disse Tico Costa.
REALIDADE ATUAL
Criado em 23 de janeiro de 1900 e sendo o sexto do País em antiguidade, o atual 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros tem hoje seis bases em Campinas: Centro, Jardim Eulina, Jardim dos Oliveiras, Jardim do Lago, Taquaral e Vila Padre Anchieta. Ele é responsável por 33 municípios, sendo 15 deles localizados na Região Metropolitana de Campinas (RMC), com uma população estimada em 3,2 milhões de habitantes. No ano passado foram atendidas 29.567 ocorrências, sendo as principais 13.795 ações de resgate (a maior parte delas para atender acidentes de trânsito com motociclistas) e 3.098 incêndios, com maior demanda para fogo em residências. A média de trabalho foi de 83 ocorrências por dia, com 1,2 mil ligações diárias para o Sistema 193.
Com todo esse trabalho para atender o município há 28 viaturas, numa idade média de 14 anos. Mas há uma viatura que tem 27 anos. Na verdade, pelas normas técnicas, para um carro de resgate o tempo útil ideal é de cinco anos e para os veículos de combate a incêndios é entre 10 e 15 anos.
“Com o Febom, seria possível renovar a frota e garantir atendimento de qualidade. Hoje o Estado tem uma forma de convênio onde envia o chassis e o município faz a montagem do carro - o que dá entre de R$ 280 mil ou R$ 480 mil por unidade de combate a incêndio. É preciso, porém, que o município se proponha a fazê-lo em, no máximo, um ano entre a chegada do chassis e sua montagem”, diz o comandante do 7º Grupamento. “Não podemos nos esquecer que, além do crescimento de Campinas, haverá a conclusão da ampliação do Aeroporto de Viracopos, com mais voos de cargas e passageiros. Portanto, será imprescindível termos uma frota em condições de atender o município”, disse o tenente-coronel Bianchini.
Assim, essa realidade futura impõe a construção de uma nova base operacional na região do Campo Grande/Ouro Verde. Atendida pelas bases do Jardim Eulina e do Taquaral, esta área, que tem cerca de 400 mil habitantes, sofre com o tempo de resposta imediato da corporação, por causa do trânsito normal que há na cidade e a distância entre os pontos. “Com o Febom, teremos condições de resolver esta demanda, construindo a sétima base, e também reaparelhar a frota”, afirmou o comandante do 7º Grupamento.
(Fotos: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal)

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