sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Debate com condutores escolares ganha apoio da Emdec/Setransp a propostas e terá Comissão de Estudos na Câmara


A criação de uma comissão parlamentar, já na próxima sessão ordinária, para acompanhar o debate e estudos que se farão, a partir de agora, junto à Emdec, para viabilizar uma nova lei que irá gerir o sistema de transporte escolar na cidade, e o fechamento de novas autorizações (Cotacs) para se entrar no sistema até que seja viabilizada uma nova normatização, com o apoio do presidente da Emdec e secretário municipal de Transportes, Sérgio Benassi, à busca de soluções para o setor. Estas foram as duas principais soluções tomadas no debate público realizado hoje no Plenário da Câmara entre o Grupo de Apoio ao Transportador Escolar de Campinas (Gatec), a Setransp/Emdec, o Sindicato do Transporte Escolar de Campinas e Região (Sintescamp) e vereadores, além da categoria dos condutores.
A comissão parlamentar de estudos será proposta, através de requerimento à Mesa, pelo vereador Tico Costa (PP), que coordenou o debate. Já o apoio irrestrito foi dado por Sérgio Benassi. “O sistema do transporte escolar é hoje o mais organizado, estável e o que recebe o maior número de elogios e reconhecimento da população. Para mim, não há um problema urgente a se resolver, por que funciona de forma correta. Logo, temos é que manter o que existe e melhorá-lo”, afirmou o presidente da Emdec e secretário de Transportes.
Para Sérgio Benassi, “é preciso, à Emdec, que tem 32 anos, ouvir bastante e, com certeza, rever normas e legislação”. No caso do setor de transporte escolar, por exemplo, quem o rege é a Lei 4.959/1979, que necessita de revisão. “O condutor escolar tem que ter responsabilidade e quase um dom divino. Acaba virando amigo e um pouco psicólogo, professor e educador, além de ser 'tio' ou 'tia' das crianças. Por isso, precisa de amparo legal efetivo, até por ser o segundo maior sistema de transporte coletivo no município”, afirmou o diretor do Gatec, Rafael Teófilo, que apresentou a proposta de lei.
Com mais de 100 condutores no plenário, o diretor da entidade foi enfático num dos pontos da proposta de lei criada pela entidade: a que discrimina a restrição das autorizações (Cotacs) para se trabalhar no sistema. Hoje, de acordo com o Gatec, há cerca de 1.600 veículos de transporte escolar no município. A Emdec fala em 1.213 veículos, com 925 Cotacs - pessoas jurídicas e autônomos envolvidos. “Hoje basta você se enquadrar em alguns requisitos que obtém o Cotac. É preciso que se crie uma equação consciente de controle. Hoje há superlotação no sistema, onde para muitos condutores leva-se em conta, muitas vezes, apenas o valor do serviço. A qualidade fica em segundo plano”, diz Teófilo.
Segundo o presidente da Emdec e secretário de Transportes, Sérgio Benassi, “para o gestor público o importante é que o sistema funcione com qualidade. E hoje há essa realidade. Logo, não é nossa intenção que isso mude, apenas que melhore. Já nomeei um grupo de trabalho na Emdec para se discutir a questão. Me proponho a buscar uma solução que dê segurança legal a todos: vocês (condutores), o pais e o poder público. Pretendo que este grupo de estudo do transporte escolar possa terminar seu trabalho até novembro. Entretanto, se até lá isso não acontecer, me comprometo a não liberar novos Cotacs. E não haverá novas autorizações para o sistema até que cheguemos a uma solução”, enfatizou Sérgio Benassi, sendo aplaudido pelo plenário. O presidente do Sindicato do Transporte Escolar de Campinas e Região (Sintescamp), José Brasilino dos Reis, também afirmou que é favorável ao fechamento de novas autorizações.
Na verdade, a busca de soluções para o setor ficou explícita noutra fala de Sérgio Benassi. Para ele, “não há como se vencer etapas no estudo de uma nova legislação ou fixar novos conceitos num tempo definido”. “Mas eu não abro mão de impedir que o bom serviço que é prestado hoje se deteriore. Meus técnicos encontrarão formas que possam suprir a questão da qualidade mantida e da demanda necessária também mantida. Assim como manter a qualidade do veículo e do operador como prioridade”, disse.
SISTEMA A SE REVER
O diretor do Gatec, Rafael Teófilo, lembrou a questão de uma necessidade de se rever o número de veículos por região. “Hoje, temos excesso na área central e falta em alguns pontos. Por isso, nossa proposta é que quando forem abertas novas autorizações haja um direcionando para uma região carente, com no mínimo três anos de atuação nela”. Para o presidente da Emdec, contudo, é preciso que o setor combine a dinâmica de mercado, mas o poder público condicione as regras, “sem esquecer que a cidade e as demandas mudam”. Para ele, “é preciso se ater à questão de que bairros 'envelhecem', ficam com menos crianças, e novos bairros surgem, com necessidades novas. É uma questão de deixar os técnicos pensarem o problema por que muitas vezes, no livre mercado, a onça come o gato.”
Outro ponto questionado foi o fato dos condutores terem de passar por fiscalizações semestrais na Emdec e na Ciretran, ou seja, com quatro cobranças anuais de taxas. O secretário de Transportes questionou as pessoas que estavam na plateia sobre que órgão faz a melhor vistoria. Todos responderam ser a Emdec. “Mas acontece que uma lei municipal não corrige essa duplicidade. Ela está acima de uma lei municipal. Já propus à Ciretran que abra mão da fiscalização, mas para eles há questão da taxa, a qual não querem perder. O problema do Estado é a taxa. Quem sabe, porém, não combinamos uma equação financeira para discutir a receita?” - disse Sérgio Benassi. Já o presidente do Sintescamp afirmou ter se encontrado com o deputado estadual Gerson Bittencourt (PT) para pedir apoio ao fim da fiscalização semestral e das cobranças da Ciretran.
Quanto ao problema de pais que param na faixa de desembarque do transporte escolar – outro problema da categoria -, Sérgio Benassi disse que tem apenas 120 amarelinhos para fiscalizar a cidade diariamente, mas que se esforçaria para minimizar a crise: “É preciso, sem dúvida, melhorar a fiscalização e multar aqueles que acham que o mundo não tem regras, não respeitam os direitos do próximo e nem os filhos dos outros. E o faremos”, enfatizou. O diretor do Gatec, Rafael Teófilo, “propôs a existência de campanhas sistemáticas da Emdec para alertar os pais sobre o problema”.
No fim, para o vereador Tico Costa, que coordenou o debate, “soluções serão, decerto, encontradas. Não iremos parar aqui. Vou formalizar um pedido de criação de uma comissão de estudos na Câmara para não deixarmos o tema ser esquecido. Encontraremos soluções: nós, vereadores, a Emdec/Setransp e a categoria”, disse Tico. Participaram do evento também os vereadores André von Zuben (PPS), Professor Alberto (sem partido), Jorge Schneider (PTB), Paulo Bufalo (PSOL), Carlinhos Camelô (PT), Carlão do PT, Gustavo Petta (PCdoB), Luiz Rossini (PV) e Vinícius Gratti (PSD). 
(Fotos: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal)

Nenhum comentário:

Postar um comentário