Dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no seu
Censo de 2010, mostram que 15% da população têm alguma deficiência
e outros 9% convivem com mobilidade reduzida em Campinas, ou seja,
pouco mais de 230 mil pessoas. Nesse universo, portanto, muitos têm
problemas de mobilidade urbana. Assim, amanhã, às 14h, no plenário
da Câmara Municipal, acontecerá um debate público sobre o
transporte público e a pessoa portadora de
deficiência. No encontro, coordenado pelo vereador Tico Costa (SDD),
entidades e poder público discutirão o problema. “Hoje, muitos
portadores de deficiências sofrem com problemas referentes à
mobilidade. Há ainda problemas futuros que virão, como a possível
extinção da categoria de cobradores no sistema de transporte urbano
coletivo, que pode trazer mais dificuldades de locomoção e acesso
aos veículos pelo cadeirante”, diz Tico Costa.
Para
o debate foram convidados a secretária dos Direitos
da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Emmanuelle
L. G. Alkmin Leão; o presidente do Conselho
Municipal da Pessoa com Deficiência,
Luiz Gustavo Merlo; o secretário de Transportes e presidente da
Emdec, Carlos José Barreiros; e representantes do Centro Cultural
Louis Braille, Transurc, Apae Campinas, Instituto Campineiro dos
Cegos Trabalhadores e Comissão das Pessoas com Deficiência ou
Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal, presidida pelo vereador
Paulo Bufalo (PSOL).
DISCUSSÃO
Um
dos problemas que será tema do encontro é o sistema “bus alert”,
software que possibilita ao usuário com deficiência visual saber o
momento em que o ônibus está se aproximando do ponto de parada. O
sistema era uma promessa do planos de 100 dias do governo Jonas
Donizette (PSB), mas não saiu do papel. Segundo a Emdec, três
veículos da Linha 3.66 (Orozimbo Maia) fizeram o teste, mas não há
sequer estimativa para a sua implantação efetiva. Além disso,
apenas 56% da frota atual de ônibus têm acessibilidade para
cadeirantes.
A
carência de políticas sociais e públicas para o portador de
deficiência nos bairros de periferia serão outro ponto em pauta. Na
maior parte deles, a acessibilidade é inexistente para os
cadeirantes. Mesmo na região central o problema se repete e o
próprio acesso ao Paço Municipal está comprometido desde que a
rampa mecânica quebrou. Some-se as dificuldades com o Programa de
Acessibilidade Inclusiva (PAI), que é alvo de críticas por parte
dos usuários. Outro ponto a ser discutido é a realização do censo
municipal da pessoa com deficiência, que deverá ser assinado este
ano para sua realização.
Foto: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas
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