quinta-feira, 29 de maio de 2014

Debate público discute transporte coletivo urbano para pessoas deficientes



As frotas coletivas urbana e rodoviária circulantes nos centros urbanos e também intermunicipais e interestaduais no País deveriam, segundo o Decreto 5.296 de 2004, da União, estar 100% adaptadas ao transporte de pessoas deficientes até 2 de dezembro. Entretanto, no caso de Campinas, essa realidade não acontecerá. Segundo o secretário de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José Barreiros, presente hoje no plenário da Câmara Municipal para o debate público que discutiu o transporte público das pessoas deficientes, a cidade não poderá concretizar essa meta.
Hoje, Campinas tem 55,18% de sua frota de ônibus convencionais e alternativos, de um total de 1.245 veículos, adaptados, ou seja, 687 atendendo principalmente cadeirantes. “Não vamos cumprir a meta determinada em lei, mas não é por má vontade ou desleixo da Administração. Na verdade, não há capacidade fabril das indústrias de ônibus para a produção dos mesmos. Essa data terá de ser revista pelo Governo Federal”, disse Barreiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no seu Censo de 2010, mostram que 15% da população campineira têm alguma deficiência e outros 9% convivem com mobilidade reduzida, ou seja, pouco mais de 230 mil pessoas.

'BUS ALERT'
Outro debate importante foi sobre a implantação do sistema “bus alert”, software que possibilita ao usuário com deficiência visual saber o momento em que o ônibus está se aproximando do ponto de parada. O sistema era uma promessa do planos de 100 dias do governo Jonas Donizette (PSB), mas ainda não saiu do papel.
Segundo o secretário de Transportes, com o fim da implantação dos GPS (aparelho de navegação automotiva) em todos os veículos de transporte coletivo de Campinas, previsto para este ano, o “bus alert” estará em condições de implementação. “Com a integração da central de monitoramento que estamos construindo na Emdec ao sistema de GPS nos ônibus, poderemos testar a tecnologia a ser adotada e implantá-la paulatinamente. Isso deve ocorrer em 90 ou 120 dias. Até o final do ano acreditamos que há como dar início ao processo”, afirmou Barreiros. Ele lembrou que há questões importantes como treinamento de pessoal da Emdec e também dos usuários no processo.
A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Emmanuelle L. G. Alkmin Leão, que também esteve presente ao debate, enfatizou que o sistema é essencial principalmente para os cegos, que não têm condições de visualizar sem ajuda externa a chegada do ônibus. “Mas o importante é ver que esse sistema será adotado para população como um todo, que será efetivamente beneficiada. Para os cegos, porém, ele será de extremo impacto. Hoje, para quem não tem visão, é impossível distinguir, pelo som, um caminhão de um ônibus”, disse.
O debate foi presidido pelo vereador Tico Costa (SDD) e teve a composição na mesa do presidente da Comissão das Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal, vereador Paulo Bufalo (PSOL). 
Foto: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas 

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