As
frotas coletivas urbana e rodoviária circulantes nos centros urbanos
e também intermunicipais e interestaduais no País deveriam, segundo
o Decreto 5.296 de 2004, da União, estar 100% adaptadas ao
transporte de pessoas deficientes até 2 de dezembro. Entretanto, no
caso de Campinas, essa realidade não acontecerá. Segundo o
secretário de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José
Barreiros, presente hoje no plenário da Câmara Municipal para o
debate público que discutiu o transporte público das pessoas
deficientes, a cidade não poderá concretizar essa meta.
Hoje,
Campinas tem 55,18% de sua frota de ônibus convencionais e
alternativos, de um total de 1.245 veículos, adaptados, ou seja, 687
atendendo principalmente cadeirantes. “Não vamos cumprir a meta
determinada em lei, mas não é por má vontade ou desleixo da
Administração. Na verdade, não há capacidade fabril das
indústrias de ônibus para a produção dos mesmos. Essa data terá
de ser revista pelo Governo Federal”, disse Barreiros. Dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no seu
Censo de 2010, mostram que 15% da população campineira têm alguma
deficiência e outros 9% convivem com mobilidade reduzida, ou seja,
pouco mais de 230 mil pessoas.
'BUS
ALERT'
Outro
debate importante foi sobre a implantação do sistema “bus alert”,
software que possibilita ao usuário com deficiência visual saber o
momento em que o ônibus está se aproximando do ponto de parada. O
sistema era uma promessa do planos de 100 dias do governo Jonas
Donizette (PSB), mas ainda não saiu do papel.
Segundo
o secretário de Transportes, com o fim da implantação dos GPS
(aparelho de navegação automotiva) em todos os veículos de
transporte coletivo de Campinas, previsto para este ano, o “bus
alert” estará em condições de implementação. “Com a
integração da central de monitoramento que estamos construindo na
Emdec ao sistema de GPS nos ônibus, poderemos testar a tecnologia a
ser adotada e implantá-la paulatinamente. Isso deve ocorrer em 90 ou
120 dias. Até o final do ano acreditamos que há como dar início ao
processo”, afirmou Barreiros. Ele lembrou que há questões
importantes como treinamento de pessoal da Emdec e também dos
usuários no processo.
A
secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade
Reduzida, Emmanuelle L. G. Alkmin Leão, que também esteve presente
ao debate, enfatizou que o sistema é essencial principalmente para
os cegos, que não têm condições de visualizar sem ajuda externa a
chegada do ônibus. “Mas o importante é ver que esse sistema será
adotado para população como um todo, que será efetivamente
beneficiada. Para os cegos, porém, ele será de extremo impacto.
Hoje, para quem não tem visão, é impossível distinguir, pelo
som, um caminhão de um ônibus”, disse.
O
debate foi presidido pelo vereador Tico Costa (SDD) e teve a
composição na mesa do presidente da Comissão das Pessoas com
Deficiência ou Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal, vereador
Paulo Bufalo (PSOL).
Foto: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas
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