Chegar
a 5 mil câmeras espalhadas no município sob a gestão do sistema da
Central Integrada de Monitoramento (CIMCamp). Esta é a projeção
que o diretor do órgão, Nelson Cayres, fez aos vereadores que
integram a Comissão para Assuntos de Segurança em reunião
realizada na Câmara. Para atingir esta meta, além dos equipamentos
próprios que a Prefeitura já tem e virá a instalar, há a
integração de câmeras da rede bancária, empresas e até da
população em geral. Como um primeiro ponto dessa ação de parceria
de transferência de tecnologia, inclusive, ontem (12/06), três
agências do Itaú/Unibanco passaram a disponibilizar as imagens de 8
equipamentos à CIMCamp. “Só com o Itaú/Unibanco serão 74
agências com quatro câmeras em média, cada, para integrarem o
sistema no futuro. A Caixa Econômica Federal e o Bradesco também
estão em conversações avançadas para fazerem parte da rede”,
afirmou Cayres. Essas imagens externas, de posse da CIMCamp, serão
supervisionadas pela Guarda Municipal, Polícia Militar, Corpo de
Bombeiros e Emdec, que integram o monitoramento hoje. A gravação de
imagens das agências ficará garantida em arquivo por 30 dias, para
possíveis investigações, e quando o sistema estiver renovado, com
software inteligente aplicado, será possível uma ação quase
instantânea quando se detectar algo suspeito.
Com
um pedido de 0,5% do orçamento do próximo ano para renovação da
CIMCamp – cerca de R$ 18 milhões -, a intenção da modernização
do órgão, com a compra de software e câmeras, além da adequação
do prédio, é voltar a ser referência para o País. Na parte física
da sede, há a previsão da construção de um heliporto da chegada
do setor de gerenciamento de crise da Defesa Civil para ampliar a
equipe.
Na
verdade, segundo Cayres, o esforço é quase o de recomeçar um
processo. “Quando assumimos a CIMCamp, havia 220 câmeras no
sistema. Destas, tínhamos algumas sem movimento, com lente embaçada,
defeitos variados. Só para se ter uma ideia, o equipamento mais novo
era de 2006 e não se comprava nenhuma peça de reposição desde
2011. Não bastasse, a rede de fibras tinha pontos rompidos, os
computadores estavam literalmente zerados, sem nenhuma informação.
Com esforço, usando as peças de umas câmeras para consertar
outras, chegamos às 320 do sistema atualmente. Mas há a necessidade
de modernizar tudo”, diz Cayres.
Segundo
o diretor da CIMCamp, a urgência é por que a tecnologia de
monitoramento se desenvolve rapidamente e o software hoje existente
no órgão é de plataforma fechada, ou seja, não está em condições
de integrar novas tecnologias, como a de captura de placas de
veículos. “É preciso ter um software de tecnologia aberta,
moderno, que possa integrar vários equipamentos de monitoramento
diferentes”, afirma.
PARCERIAS
Com
as parcerias junto ao setor privado, a expectativa é de que o
sistema ganhe em agilidade. Uma dessas ações, por exemplo, está
sendo adotada com 40 condomínios localizados no Alto da Nova
Campinas. Eles farão um investimento de 3,5 quilômetros de rede de
fibra ótica para o sistema da CIMCamp, num total de cerca de R$ 700
mil, e disponibilizarão 18 novas câmeras, sem oito fixas e 10 do
tipo dome, com capacidade da coleta de placas de veículos. “Eles
comprarão os equipamentos e a Prefeitura assume a manutenção
posterior, com as imagens controladas na CIMCamp”, explica Nelson
Cayres. Esse tipo de parceria, somado à rede bancária e novos
setores que se integrem, ajudará Campinas a virar uma cidade
inteligente.
REDE
DE FIBRAS
Para
viabilizar um futuro sistema integrado e eficiente, através da
utilização de fibras óticas, Campinas tem hoje 205 quilômetros de
rede. Entretanto, parte dela também funciona com tecnologia de
radiotransmissão, que é instável a intempéries. Já está em
licitação a instalação de mais 165 quilômetros de fibras para
este ano. Elas seriam implantadas nas unidades de Saúde e de
Educação, com verba das secretarias afins, e sob a administração
da CIMCamp.
Na
verdade, o órgão tem mudado a realidade da rede de diversas formas.
Em abril deste ano, por exemplo, foi feita junto à CPFL a
homologação de 10.037 postes por onde passam a rede de fibra ótica.
Antes, por ser considerada uma rede “clandestina”, funcionários
terceirizados da CPFL rompiam os cabos, derrubando cerca de 50
câmeras de uma vez só. Com a nova gestão dos postes – que em
janeiro próximo passarão para a responsabilidade da Prefeitura -, e
alteração do sistema, esse problema não acontecerá mais. Em, caso
de algum rompimento, no máximo só duas ou três câmeras deixarão
o sistema e a CIMCamp saberá onde se deu o problema de forma
instantânea para o conserto.
SALA-COFRE
Outra
novidade que a futura CIMCamp terá é a criação de uma
“sala-cofre”, sob a gestão da Secretaria Municipal de Segurança
Pública. Nela se dará todo o monitoramento das imagens do sistema
de câmeras, com o intuito de criar uma política integrada de
segurança. Com isso, membros da Guarda Municipal e das polícias
Federal, Civil e Militar poderão, de posse e estudo das imagens,
definir ações. “Com o uso de vídeos analíticos, poderemos
identificar ações suspeitas. O próprio sistema detectará algo
fora do normal e irá dispara um alarme na tela que só deixará de
tocar quando todas as medidas necessárias forem tomadas por quem
estiver gerenciando o sistema na hora”, enfatiza Cayres.
“Mas
o importante é ver também que a CIMCamp não está apenas voltada à
segurança pública. Quando instalado o sistema, na sua
integralidade, será possível à Prefeitura disponibilizar
informações ao munícipe de corredores de trânsito de forma on
line e instantânea; integrar câmeras de ônibus para avisar ao
usuário onde se encontra o veículo; checar e monitorar estoques em
almoxarifados; ver como está a situação em centros de saúde e em
escolas; eliminar ligações telefônicas e fazê-las a um custo
zero; assim como a transmissão de dados e imagens, entre tantas
coisas mais”, diz Cayres.
“Mas,
hoje, com todas as limitações existentes, a CIMCamp tem executado o
seu papel de integrar ações. No caso do desmoronamento que houve no
Cambuí, por exemplo, recebemos uma ligação de um cidadão, às
7h53, dizendo que havia algo de errado acontecendo no local. E na
nossa equipe há um representante da Emdec, que já disparou o
alerta. Ou seja, essa integração de secretarias é essencial e faz
de Campinas uma referência”, explica o diretor do órgão.
Participaram do encontro com o diretor do CIMCamp os vereadores Tico
Costa (PP), que preside da Comissão para Assuntos de Segurança
Pública, André von Zuben (PPB) e Pastor Elias Azevedo (PSB).
Fotos: Assessoria de Imprensa do vereador André von Zuben
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