O
secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira,
reafirmou, na reunião que teve com membros da Comissão para
Assuntos de Segurança Pública da Câmara Municipal, que a nova
delegacia seccional de Campinas será inaugurada, inicialmente,
apenas com a parte administrativa e o plantão. Entretanto, sem
detalhar números ou prazo, Grella Vieira disse que a intenção do
Estado é otimizar os recursos humanos da área, com a integração
de distritos policiais à nova seccional. Assim, além do provimento
de algumas vagas com concursados que serão chamados durante o
próximo ano, a intenção é que funcionários já lotados nos DPs
campineiros integrem o novo órgão. “Mas, antes de remanejarmos o
pessoal dos distritos, haverá uma campanha de esclarecimento à
população”, afirmou o secretário. A intenção da campanha é
mostrar que não estará sendo feita a retirada de policiais dos DPs,
mas apenas “a otimização de recursos humanos”.
Os
membros da Comissão de Segurança Pública estiveram na sede da
Secretaria Estadual, na Capital, na terça-feira (19) à tarde. O
presidente da comissão, Tico Costa (SDD), e os vereadores André von
Zuben (PPS) e Pastor Elias Azevedo (PSB), foram acompanhados do
representante dos CONSEGs no Conselho Integrado de Segurança Pública
e de Defesa da Vida em Campinas e no Gabinete de Gestão Integrada do
Município, Marcos Alves Ferreira, que foi apresentar ao secretário
as reivindicações das entidades campineiras.
Segundo
Grella Vieira, muitos pedidos dos CONSEGs no município já estão
encaminhados. Um deles, de maior efetivo das polícias civil e
militar na cidade, será atendido em 2014. Na Polícia Civil estão
previstos 2.850 novos cargos em todo o Estado – sendo 1.300 desses
de investigadores. Além disso, 1.170 recrutas da Polícia Militar
estão formados e já participarão da próxima Operação Verão no
Litoral, sendo posteriormente deslocados aos municípios paulistas.
Some-se a isso que, em 2014, está prevista a integração de 5 mil
recrutas ao longo do período à corporação. Grella Vieira,
contudo, não soube precisar quantos homens das polícias Civil e
Militar estarão destinados à Campinas.
O
secretário anunciou, porém, que cerca de mil novos agentes de
escolta para o sistema penitenciário serão contratados, via
concurso público. Com essa medida, PMs que hoje fazem a escolta de
detentos no deslocamento entre a carceragem e os tribunais passarão
a exercer funções nas ruas, no patrulhamento. Campinas/Hortolândia,
Sorocaba e São José dos Campos serão beneficiados com a integração
dos agentes concursados. Na questão penitenciária some-se ainda o
processo licitatório de 23 novos presídios, em andamento, e o
estudo para bloqueio de celulares que está em testes, com o
acompanhamento da Anatel, para ser adotado no inicio de 2014.
Mas,
para o secretário, em Campinas já ocorreu um fato importante na
estratégia de se otimizar recursos e pessoal com a criação da
primeira unidade do Interior a unir as forças táticas de batalhões
da PM num grupo só. “Com essa união, se vincula as forças
táticas a um comando geral único. Dessa forma, você possibilita
uma intervenção mais forte nas áreas críticas, com planejamento”.
Para
Grella Vieira, na nova visão do governo estadual para o setor, ações
conjuntas com outras polícias e órgãos de segurança também têm
que acontecer. E elas estão sendo realizadas, até com a
participação do Exército, sob coordenação da Agência de Atuação
Integrada, na repressão às quadrilhas de caixas eletrônicas. “Na
última operação conjunta foram descobertas 60 toneladas de
dinamite.” Tudo isso acontece junto com medidas na área da
inteligência.
Este
mês, por exemplo, está em curso para finalização o processo de
integração das bases de dados das polícias Civil e Militar. “O
novo programa a ser utilizado pelo Centro Integrado de Inteligência,
ao contrário do sistema de Informações Criminais
Infocrim, é proativo. Ou seja, detalha os números de roubos,
homicídios, latrocínios, furtos e estupros, por exemplo, com
discriminação dos dias da semana e horários, assim como os
logradouros onde acontecem. É possível, dessa forma, saber com
exatidão e precisão o tipo de crime e onde ele ocorre, fazer uma
análise criminal confiável. Para nós, com o desenvolvimento de
novas ferramentas de gestão de sistemas, falta de planejamento não
pode mais ser desculpa”, afirmou Grella Vieira.
FIM
DOS DESMANCHES
Outro
ponto que o secretário enfatizou como importante é a lei que está
em trâmite na Assembleia Legislativa para que sejam fechados todos
os desmanches de veículos no Estado. “Essa é uma medida
estruturante. Afinal, os números nos mostram que cerca de 50% dos
roubos de carros acontecem para abastecer esses ferros-velhos”,
enfatizou Grella Vieira. Segundo ele, outra ação nesse sentido foi
obtida na Capital: a liberação de áreas nos pátios onde se faz a
alocação de veículos apreendidos. Só na cidade de São Paulo há
cerca de 40 pátios, com quase 45 mil sucatas. Como os processos de
muitos são antigos, a venda por meio legal de leilões se torna
praticamente impraticável. “Através de um pedido ao corregedor
geral de Justiça, conseguimos que o Conselho Superior da
Magistratura aprovasse a venda dos veículos como sucata mediante
compactação. Isso irá liberar os pátios. Nossa intenção, agora,
é obter algo igual para Campinas. Contamos ainda com a possibilidade
da Prefeitura local conseguir um convênio que possa criar um pátio
provisório no município”, disse Grella Vieira.
Para
o secretário, o caminho por um Estado mais seguro está traçado. “O
problema da segurança pública é de gestão. E a nossa intenção e
do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é melhorar cada vez mais a
questão da gestão. O problema é que há falta de visibilidade, de
um modo geral, das ações hoje realizadas pelo Estado por parte da
imprensa. Criou-se ainda uma falsa realidade de insegurança que não
condiz com os números em decréscimo da criminalidade. Mas o
trabalho está sendo feito e o setor de segurança pública terá
grandes novidades para 2014, com avanços”, completou Grella
Vieira.
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