segunda-feira, 20 de maio de 2013

Luta pela superação

Na TV Correio, entrevista com Hendrik Zanotti, o Cowboy, que viajará para Miami, nos Estados Unidos, para tentar sua recuperação física. Vale a pena assistir.

http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/05/tv_correio/60530-cadeirante-tenta-retomar-movimentos-confira-o-bate-papo.html


Paratleta busca ajuda para tratamento nos EUA


 


“Você só dá valor às pequenas coisas, quando as perde. Hoje, a única coisa que eu quero é voltar a abrir as mãos para ficar um pouco menos dependente.” Esse é o desejo do atleta campineiro Hendrik Zanotti Franco, que aos 25 anos, já é um exemplo de superação e determinação.
O jovem ficou tetraplégico aos 19 anos, após fraturar a coluna cervical ao pular na piscina e bater o queixo. O acidente aconteceu em uma festa de família, realizada no sítio de um tio, em Valinhos.
Foram mais de 60 dias em coma induzido. Depois disso, Hendrik teve de reaprender tudo. “No começo é difícil você saber que não vai mais andar, mas aos poucos a gente vai se acostumando e reaprende a viver, apesar das muitas limitações.”
Mesmo com toda a dificuldade, o jovem ainda conseguiu se restabelecer e encarar o acidente como aprendizado e com bom humor. “Poderia ter sido pior. Acho que as coisas acontecem para tornar a gente melhor”, disse.
Em 2009, incentivado por amigos médicos a praticar esporte, Hendrik conheceu uma pessoa que tinha quase as mesmas limitações que ele e jogava rugby em cadeira de rodas, foi então que o jovem entrou para o esporte paraolímpico na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pelo qual já conquistou medalha de prata e troféu de melhor defensor em campeonatos.
Cheio de esperança desde o início de seu tratamento, que incluiu cirurgias, fisioterapias e medicações, Hendrik, agora, prepara-se para ir a Miami afim de participar de um projeto mantido pela University of Miami - Miller School of Medicine, chamado The Miami Project Cure Paralysis, que consiste em um transplante celular.
“Esse tratamento me fará voltar a abrir as mãos. Isso me deixará muito mais independente.” Hoje, por não poder abrir as mãos, o jovem depende da ajuda da mãe e tem dificuldade até para fazer coisas básicas. “Eu não consigo tomar banho sozinho, pentear o cabelo, para digitar uso os ossos do dedinho e para comer uso uma colher adaptada.”
Em busca de mais qualidade de vida, o campineiro já se inscreveu no projeto e foi aceito. Mas, agora luta para conseguir ajuda financeira para se manter no sul da Flórida durante o tratamento, que deve durar ao menos dois anos.
“Estou buscando um lugar para morar, que seja acessível financeiramente, mas estando aqui no Brasil fica difícil. Também estou fazendo uma campanha, para que eu possa me manter no período do tratamento, mas ainda não é suficiente”, conta.
O jovem criou o blog hendrikmiamiproject.blogspot.com.br para contar sua jornada. “Quero levar muitas informações úteis a quem deseja aprender sobre as mais recentes descobertas da medicina no campo da mobilidade humana e também para outras pessoas que se encontram na mesma problemática que eu.”

Esperança
“O médico disse que meu quadro era irreversível, que eu não voltaria a andar, não mexeria mais os braços, não respiraria mais sozinho, somente com ajuda de aparelhos. Só tinha uma coisa da qual ele não sabia: era eu quem estava ali, e faria o possível e o impossível para provar que ele estava errado.”
Com muito esforço e vontade, Hendrik recuperou muitos movimentos e funções das quais tinha perdido. “Eu estava em estado vegetativo, só mexia os olhos, falava bem pouco e com muita dificuldade. Recuperei 50% da mobilidade dos meus dois braços e 90% da minha respiração.”
Mesmo não podendo fazer as mesmas coisas que fazia quando podia andar, o jovem acredita que faz outras ainda mais produtivas. “O ser humano tem uma capacidade inimaginável de se adaptar a qualquer limitação.”
Questionado sobre se acredita que um dia poderá voltar a andar, Hendrik diz ser realista. “Nada é impossível, mas creio que, hoje, a tecnologia não está avançada o suficientemente para por um paraplégico ou um tetraplégico de pé, andando normalmente outra vez”, diz. “Mas creio que esse tratamento ajude a melhorar os movimentos dos dedos das minhas mãos. Entretanto, se não der certo, não perderei nada, só terei benefícios com mais essa experiência.”
 
Serviço
Quem quiser colaborar com Hendrik, para que ele consiga realizar seu tratamento em Miami, seja financeiramente ou ajudando-o a encontrar uma moradia, pode entrar em contato pelo e-mail: hendrikzanotti@yahoo.com.br.

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