sexta-feira, 10 de maio de 2013

ÀS MÃES



Segundo domingo de maio. Uma data a mais no calendário. Um dia entre os 365 do ano. Vinte e quatro horas perdidas no tempo. Talvez...
Afinal, na velocidade do nosso dia a dia, na rotina que marca a velocidade de tudo, bem poderia ser apenas mais um domingão que antecipa a semana que virá, desses que a gente espera para relaxar, se largar no sofá, esquecer o trabalho, comer a comida da “mama”.
Mas será só isso? Não. Afinal, no nosso cotidiano, que não é apenas neste domingo específico, mas em cada um dos seis outros dias que o cercam, tem um ser que habita cada momento por igual.
Que nos viu nascer, nos carregou por nove longos meses, deu o alimento primeiro, nos acalentou e vestiu ao frio e nos aninhou nas noites quentes de febre, nos deu um tapinha aqui e outro acolá para que não tivéssemos de apanhar da vida mais tarde, não dormiu antes da nossa chegada e amparou nossas estrepolias de adolescente com chás milagrosos, conselhos e palavras plenas, além de carinhos dóceis sempre que, por algum acaso, nos deixamos a chorar.
E o seu tempero... que dádiva dos deuses. Terror de nossas mulheres (que são mães também, mas de nossos filhos) quando o toque de sal ou segredos do fogão da “mama” supera o que é delas. E, para não ser antiquado, que mãe não é só cozinha, como é bom vê-la sair e trabalhar, discutir de igual para igual sobre o preço da feira ou a inflação do governo. Vê-la produzir, criar, inventar, comandar, falar com subordinados, ouvir, aconselhar e encaminhar destinos – nossos e de tantos outros.
Por que mãe hoje não é só aquela feita para parir a amamentar. É aquela que cuida, muitas vezes, de todos os filhos – dos seus e dos que ganha pela vida. Que não depende mais de marido para viver e seguir adiante. Que vive por suas pernas e ainda tem tempo de ensinar os rebentos a andarem. Que ensina e aprende junto. Descobre segredos, guarda-os no fundo de um coração sem fim e faz depois histórias de ninar que mostram que está na hora de acordar.
Acordar para um novo mundo: mais justo e solidário. Acordar para uma realidade que faça seus filhos e tantos outros sorrirem juntos. Acordar para um olhar que mistura carinho e força, crença e fé. Acordar para falar: “Filho, o que te ensinei que seja o ensinamento que deixarás para os teus”.
Por isso, que hoje eu e todos outros filhos saibamos dizer: “Obrigado, por tudo aquilo que aprendi contigo e no tanto que ainda aprenderei, no muito que tem e terá a nos ensinar”.
Hoje, à minha mãe e a todas as mães do planeta, meu respeito, reconhecimento, e a certeza de que a Terra – que é a mãe de todos, feminina em seu nome - não sucumbirá enquanto uma de vocês existir e parir a cada gesto essa coisa chamada amor.

Tico Costa
Filho e vereador

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