quarta-feira, 13 de maio de 2015

Secretário de Transportes promete medidas para melhorar sistema de transporte urbano


O sistema de rastreamento e gerenciamento via GPS (sistema de navegação por satélite) implantado e em funcionamento em julho nos veículos que integram o transporte coletivo urbano; criação de duas linhas do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) que ligarão o Centro ao Aeroporto de Viracopos e farão o entorno da região central; além da implantação efetiva do BRT (Transporte Rápido por Ônibus) e a criação de um sistema tronco-alimentador no município. Essas são algumas das medidas que a Secretaria Municipal de Transportes e a Emdec planejam para Campinas como soluções que minimizariam os atuais problemas de descumprimento de horários e itinerários nos ônibus.
Pelo menos é isso o que promete o secretário de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, que esteve na reunião realizada hoje pela Comissão de Estudos da Câmara Municipal que busca saídas para o sistema de transporte urbano. Segundo ele, “Campinas é uma cidade com complexidade viária e quantidade de veículos circulando que se compara apenas à Califórnia, estado mais rico dos Estados Unidos. Além disso, ela não tem um plano viário estruturado há pelo menos 30 anos e convive com um modelo de uso de veículos individuais esgotado”. Mas, para Barreiro, o momento difícil que o setor de transporte coletivo urbano, vive hoje deve ser temporário. “Estamos adotando diversas medidas de planejamento a médio e longo prazos que irão minimizar esse quadro”, disse o secretário.
Com a presença dos presidentes das cooperativas Cotalcamp, Cooperatas e Altercamp e a ausência das quatro empresas de ônibus permissionárias, o encontro na Câmara serviu para antecipar medidas que a Setransp/Emdec executa para solucionar entraves no sistema e melhorar a qualidade dos serviços aos cerca de 233 mil usuários que diariamente utilizam as 205 linhas que têm 1.236 ônibus em circulação. “Temos 900 mil veículos diversos, entre carros, ônibus, caminhões e motos a circularem no trânsito do município. Some a isso o afluxo de veículos de outros municípios vizinhos e as rodovias que nos cortam. Ou seja, é um problema complexo. Se pensarmos que as duas últimas grandes obras viárias foram o Túnel Joá Penteado e a Avenida Aquidabã, e que não há mais como adotarmos soluções desse tipo por causa dos altos custos com desapropriações, ficamos diante de um modelo esgotado, que é o da utilização individual de veículos. Logo, temos de mudar essa realidade”, afirmou o secretário de Transportes.


ESTUDOS ESTÃO EM CURSO
Diante do presidente da comissão de estudos, o vereador Tico Costa (SD), e dos parlamentares Jorge Schneider (PTB), Professor Alberto (PR), Cidão Santos (PROS), Jota Silva (PSB) e Marcos Bernardelli (PSDB), Carlos José Barreiro anunciou que, além do GPS, VLT e BRT implantados, um estudo de desenvolvimento viário para 2.040 está em curso, assim como um plano de mobilidade urbana. Neste último, o sistema de transporte coletivo será priorizado, assim como outras formas de circulação, com a utilização de bicicletas integrada ao uso de carros e uma campanha pela carona solidária. Antes disso, a entrada de dez ônibus elétricos no sistema, ainda neste semestre, darão início a uma futura troca do tipo de veículo em circulação para o próximos anos, menos poluentes e mais seguros.
“Hoje temos problemas, com certeza, de atrasos em linhas e descumprimento de itinerários. Nós, na Secretaria, detectamos, por estudos, 30 pontos críticos no viário. E já demos início a um plano emergencial para mudá-los em alguns casos e ampliarmos faixas exclusivas para ônibus, entre outras coisas. Dessa forma, ao privilegiarmos o transporte público, a velocidade média dos ônibus será ampliada. Juntemos a isso a ação fiscalizatória rigorosa do transporte que é feita por nosso agentes de mobilidade urbana. Hoje são 300 funcionários e até o final do ano serão mais 74. Ou seja, ações estão sendo adotadas para buscarmos soluções”, diz Carlos José Barreiro.
Segundo o secretário de Transportes, o que há atualmente no sistema, como as reclamações de horários, é parte de uma realidade que deve melhorar com a integração do GPS nos ônibus. “Problemas como horário das linhas e o número de veículos em cada uma delas, que hoje são baseados em pesquisas, se levando em conta os horários de pico e entrepico, poderão ser redimensionados. Haverá uma melhoria gradativa que, junto às outras medidas, farão um sistema melhor”, disse o secretário de Transportes.


COOPERATIVAS EXPÕEM PROBLEMAS
Para o presidente da Cooperatas, Valter Rocha de Oliveira, as reclamações da população são justas, mas problemas como bairros sem asfalto, ruas esburacadas e um trânsito caótico ajudam a piorar o cumprimento do horário. “Sabemos do que está ruim e que a população é quem mais sofre, mas muitas vezes buscamos soluções junto ao poder público, para que se faça um reparo numa rua, por exemplo, e não temos resposta”, diz. “A cidade quer ter o direito de ir e vir de forma rápida, mas a cidade não oferta condições para isso. Hás momentos em que o trânsito trava, não anda, como na Avenida Prestes Maia. A linha 4.16, por exemplo, para fazer o trajeto da avenida das Amoreiras à Preste Maia demora cerca de 40 minutos, o que é um absurdo”, enfatiza Oliveira.
O presidente da Altercamp, Walteci Nunes, afirma que “como usuário acha justa a reclamação, mas há vários problemas que devem ser resolvidos. Não temos ainda condições de renovar a frota como gostaríamos e implantar veículos de reserva. Mas há usuários que reclamam até da aparência do condutor”. Já para o presidente da Cotalcamp, Luiz Alberto Linares Nunes, “desde o seu surgimento o transporte alternativo é dinâmico e resolve problemas a toque de caixa, mas a maior parte desses problemas acontece nos horários de pico, quando o trânsito se torna caótico. O sistema não comporta mais a falta de estrutura viária e a quantidade de veículos nas ruas”.


VEREADORES BUSCAM SOLUÇÕES
Para os vereadores presentes na reunião, o importante agora é que, diante do que foi levantado pela comissão de estudos desde a sua criação, se chegue a um consenso para minimizar ou eliminar os problemas. “É obrigação das empresas e das cooperativas cumprirem horário e itinerário. Não pode continuar como está e quem estiver errando não terá o aval desta comissão. Quem não quiser trabalhar de forma correta, que saia do sistema. O que não pode é deixarmos frutos podres estragarem tudo”, afirmou o vereador Jorge Schneider.
Segundo o Professor Alberto, “quando um vereador vai à tribuna reclamar de um caso específico no sistema de transportes, este parecer ser solucionado. Mas é tudo aparente. Queremos medidas e soluções não paliativas, mas definitivas. O usuário paga pelo serviço e quer um retorno de qualidade”. Já Cidão Santos, que foi o autor da lei para implantação do GPS no sistema, “o grande problema nos ônibus é o atraso. As reclamações são constantes e, nos finais de semana, piora ainda mais. Com o GPS, como pudemos ver em Bogotá (Colômbia), tudo deve melhorar. Agora é esperar que se cumpra o prazo para a sua efetiva instalação”.
Finalmente, o presidente da comissão, Tico Costa, explicou que agora é esperar por soluções efetivas. “Vamos enviar o relatório para a Emdec e a Setransp, com as quais estaremos unidos para erradicarmos esses nós que atrapalham a vida de milhares de usuários do sistema de transporte urbano. Mas, hoje, ficamos decepcionados com as empresas de ônibus que foram convidadas e sequer enviaram um representante. Esse é um descaso e desrespeito à esta Casa. É como se não quisessem ver tudo solucionado”, disse Tico. As empresas permissionárias Onicamp, Consórcio Urbcamp, Concicamp e VB Transportes e Turismo, que se ausentaram, foram foco de uma moção de protesto que foi protocolada na Câmara, através da comissão, pela sua ausência.


(Fotos: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas)

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