quarta-feira, 27 de maio de 2015

Centro de Cultura Popular Brasileira Coquinho Baiano é declarado órgão de utilidade pública municipal


O projeto de lei que declara órgão de utilidade pública municipal o Centro de Cultura Popular Brasileira Coquinho Baiano, que difunde a Capoeira como esporte e forma social de unir as pessoas, foi aprovado. "Parabéns a todos os integrantes da entidade, importante para Campinas e com trabalho em outras cidades. Que cresça cada vez mais no seu trabalho junto a sociedade, que integra cerca de 450 jovens nos dias de hoje", afirmou o vereador Tico Costa, autor do projeto. Abaixo, a justificativa que foi encaminhada ao plenário junto com o projeto de lei.

JUSTIFICATIVA

A Capoeira, segundo estudos, teve a sua origem na África, mais precisamente em Angola, no Século XVII do último milênio, em rituais que misturavam festa e competição. Ela chegou no Brasil com a vinda de escravos africanos. Segundo estudos, há registros da prática da Capoeira nas cidades de Salvador (BA), Rio de Janeiro e Recife (PE) desde o Século XVIII. Mas foi com o grande aumento do número de escravos urbanos e da própria vida social nas cidades brasileiras que essa prática teve maior difusão e notoriedade.
No passado, chegou a ser reprimida e proibida por lei em diversas cidades do País. Até o ano de 1.930, por exemplo, a prática da capoeira foi proibida no Brasil, pois era vista como uma luta violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender capoeiristas que a praticavam. Mas, no ano de 1.930, um importante capoeirista brasileiro - mestre Bimba - apresentou a mostrou para o então presidente Getúlio Vargas. E ele gostou tanto dessa arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.
Depois, a Capoeira não parou de crescer em importância no País e no mundo. A Roda de Capoeira, que é a reunião de pessoas para praticar o esporte, foi registrada como bem cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2.008, com base em inventário realizado nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, considerados berços dessa expressão cultural. Já em novembro de 2.014, a Roda de Capoeira recebeu o título da Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco (braço da Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura).

REFERÊNCIA EM CAMPINAS
Em Campinas, o Centro de Cultura Popular Brasileira Coquinho Baiano, com sede na Rua Dr. Quirino, 1.230, no Centro, foi criado como instituição, de forma oficial, em 18 de abril de 2002. Mas ele existe desde 1.976, quando os mestres Godoy e Maya decidiram fundar a “Academia de Capoeira Coquinho Baiano”. Com o objetivo de incentivar a prática desportiva da Capoeira em âmbito nacional ou internacional, o Centro de Cultura incrementa e incentiva a prática da Capoeira como forma de promoção social. Além disso, incentiva programas de assistência social visando a integração da população mais carente à sociedade, além da inclusão digital e social dessas comunidades. Ainda age com ações de combate à discriminação e incentiva programas socioeducativos e socioculturais, entre outras políticas inclusivas.
Na “Academia de Capoeira Coquinho Baiano”, por onde passaram inúmeros capoeiristas, o convívio é voltado à integração de preceitos humanitários com o desenvolvimento do jovem. Hoje há cerca de 450 jovens no projeto. Nele, muitos se formaram mestres, contramestres e instrutores e a entidade tornou-se referência de Capoeira e palco para encontros e discussões das mais variadas manifestações culturais brasileiras. Hoje é uma das poucas associações do gênero formadas na década de 70 que resistiram ao tempo.
Atualmente, o Centro de Cultura Popular Brasileira Coquinho Baiano mantém vários núcleos, principalmente no Estado de São Paulo e em alguns países da Europa, contribuindo para a valorização e o reconhecimento social, cultural e educacional da Capoeira, além de cultivar a relação entre o mestre e seus discípulos, vivenciando a complexidade da Capoeira - seja como arte marcial, jogo, dança, música, esporte, expressão corporal ou filosofia de vida.
Como mostra o site da entidade (http://www.coquinhobaiano.org.br/), um dos projetos desenvolvidos na sede de Campinas é o “Capoeira Ginga Brasileira”, que oferece situações de aprendizagem que desenvolvam em seus participantes seu potencial criativo, sagacidade e astúcia. Dessa forma é possível se enfrentar dificuldades e trabalhar as limitações de forma a assegurar maior motivação e autoconfiança, auxiliando o desenvolvimento pessoal e social, valorizando o próprio desempenho, além de ressaltar a importância do envolvimento de todos participantes para se alcançar um objetivo comum. Com isso, há a promoção e transmissão de valores e referências para as novas gerações, a criar jovens como homens e cidadãos, agentes transformadores de uma sociedade com igualdade de direitos. Enfim, um serviço de relevância social e humanitária.

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