Ônibus
lotados com pessoas em pé e apertadas para um trecho que inclui no
trajeto a Avenida John Boyd Dunlop com engarrafamento nos horários
de pico e lentidão no trânsito. Essa foi a realidade que
os vereadores da comissão especial de estudos da Câmara Municipal
que avalia a pontualidade e itinerários dos ônibus do sistema de
transporte urbano viram hoje (29/10). Uma rotina para quem
mora nos bairros Residencial Cosmos, Residencial
Sirius e proximidades, na região Noroeste. O alvo principal da
diligência foi a linha 2.24 – Residencial Sirius/Terminal Central
via Residencial Cosmos, uma das mais criticadas pelos usuários nas
reclamações encaminhadas aos gabinetes dos parlamentares.
Os
integrantes da comissão chegaram às 7h30 na Rua Bento Rodrigues
Coelho, um dos “pontos finais” da linha, e ouviram uma série de
reclamações da população. “A verdade é que nós sequer sabemos
qual é o ponto final da linha. Ninguém sabe direito, depende do
motorista. O certo é que os ônibus já chegam aqui lotados e saem
mais lotados ainda”, afirmou a comerciária Kátia Ventura Rozendo,
em pé numa longa fila. “Aqui não tem ônibus, tem lata de
sardinha”, criticou um senhor. No ponto, com cobertura de concreto,
não há sequer banco para as pessoas sentarem. Muitos improvisam com
blocos de construção para suportarem a espera. A maioria fica ao
sol.
A
linha 2.24 é a 209ª do transporte público coletivo municipal
(Sistema InterCamp) e foi criada em abril último, após a entrega de
mais unidades do Programa Minha Casa Minha Vida, base das residências
da região. Para usuários, além do excesso de passageiros, outro
problema que atrapalha a linha é o acesso de gestantes, mães com
crianças que vão para as creches ou cadeirantes ao transporte
coletivo. Segundo denúncias da população, os ônibus raramente
param para esse público. Durante a diligência da comissão, um
veículo da 2.24 (com o número 2009) não parou para pessoas que
estavam num ponto do Jardim Garcia. Na Avenida John Boyd Dunlop ele
passou direto, pelo lado esquerdo da pista, apesar do aceno de
diversos usuários.
“O
que pudemos ver é que a região precisa de carros articulados, com
mais vagas para passageiros. Os atuais não atendem a demanda. Nos
horários de pico, fica inviável. Ouvimos de um morador que há dez
carros na linha, com tempo de intervalo médio de 20 minutos, mas
esses lotam rapidamente, já na saída, e o número de pessoas em pé
é enorme. Na volta, à tarde, no Terminal Central, o problema é
ainda maior”, afirmou o vereador Tico Costa (SDD), presidente da
comissão de estudos, que liderou a diligência da qual participaram
também os outros integrantes – Jorge Schneider (PTB), Carlinhos
Camelô (PT) e Professor Alberto (PR).
MAIS
RECLAMAÇÕES
Outra
reclamação ouvida pelos parlamentares foi em relação à
continuidade do asfalto na Rua Vera Lúcia Tognolo Aggio, que
faz parte da linha do ônibus mas teve a pavimentação interrompida
num trecho. Parte da 8ª fase do Residencial
Sirius (Condomínio A4 – Campo das Margaridas), o asfaltamento da
rua era contrapartida da Construtora PDG Goldfarb e não aconteceu. A
comissão decidiu que vai encaminhar um requerimento à Prefeitura
questionando por que o acordo não foi cumprido pela empresa. A
pavimentação garantiria um melhor acesso e rapidez à linha 2.24.
Outras
reclamações dos moradores que os vereadores da comissão também
ouviram e encaminharão são: a falta de área de lazer para a
população dos dois residenciais; a abertura de uma via de acesso
para a Rodovia dos Bandeirantes e o fato da unidade de saúde da
região ser insuficiente para atender a demanda. No caso da Rodovia
dos Bandeirantes, os parlamentares tentarão a inclusão do pedido da
população junto às bancadas dos partidos na Assembleia
Legislativa. Já a parte referente ao lazer e a área da Saúde serão
demandas encaminhadas para o poder Executivo local.
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