sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Comissão presidida pelo Tico para estudar atrasos e itinerários dos ônibus vai às ruas em diligência

 
 
 
 
 


Atrasos constantes no cumprimento dos horários. Essa foi a principal reclamação ouvida pelos vereadores da comissão de estudos que avalia a pontualidade e itinerários de ônibus durante uma diligência hoje na região sul. Com o começo da ação às sete horas, os parlamentares estiveram em pontos finais e no trajeto de diversas linhas. Em todos locais, usuários reclamaram da inconstância entre o que a Emdec determina nas suas planilhas de funcionamento do sistema e a realidade das ruas. Como resultado, pessoas que ficam muitas vezes bem além do tempo necessário para conseguir pegar um ônibus e chegar ao seu destino final.
“Pudemos detectar, neste primeiro dia de diligências, que há falhas no horário, veículo lotados, problema de atendimento a cadeirante e idosos. Por isso vamos fiscalizar as quatro regiões de Campinas e elaborar um relatório para a Emdec. Depois, a cobrança será feita às empresas e cooperativas para que haja regularização. O sistema é uma concessão e há regras a serem seguidas. A Emdec tem 70 fiscais para fazer tudo funcionar. Mas, agora, com a comissão, ganhou mais 33 fiscais. E eles são todos os parlamentares unidos para que a população seja respeitada”, afirmou o vereador Tico Costa (SD), presidente da comissão de estudos, que esteve na fiscalização junto com os vereadores integrantes do grupo - Jorge Schneider (PTB), Carlinhos Camelô (PT) e Professor Alberto (PR).
Nas ruas, o que os parlamentares ouviram dos usuários teve uma temática constante. “Os ônibus são uma sardinha em lata em determinados momentos. Além disso, não tem sequer horário certo. Muitas vezes eu já vi até motorista brigando entre eles para ver quem leva mais ou menos passageiros. E cortar itinerário, quando atrasa, é normal”, afirmou Maria Aparecida Pavanesco, moradora do Jardim Anton von Zuben. Enquanto esperava o ônibus, uma rotina: dois veículos da linha 349 (Vila Formosa/Rodoviária) chegaram no mesmo horário no ponto final. Ou seja, sem cumprir a diferença de tempo entre um e outro. Nesse mesmo ponto, a linha 173 (Jardim São Vicente/Parque Itália) sequer tinha chegado no prazo determinado e pessoas esperavam além do normal. “Vou atrasar de novo sem ter culpa. E o pessoal da firma já está de olho. E se eu perder o emprego, quem me dará outro? - pergunta uma usuária que não quis se identificar.

CADEIRANTE SOFRE NO SOL
Os vereadores seguiram o itinerário de algumas linhas e viram usuários parados há muito tempo nos pontos. “Tinha de servir bem [os ônibus] e cumprir os horários. Só por que os donos das empresas são ricos eles têm de tratar assim quem precisa do transporte?” - questionou o aposentado Mauro Lima Dias, numa rua do Jardim Centenário. A mesma opinião tinha o porteiro Hélio Gonçalves da Silva, que chegou a fazer um abaixo-assinado com cerca de mil assinaturas e encaminhar à Emdec para reclamar da linha 349. “Eles cortam caminho, atrasam, desrespeitam idosos. Só que a Emdec mandou um fiscal durante dois dias, que disse que estava tudo bem e depois sumiu. Só que a verdade é outra. É só olhar o ponto lotado”, enfatizou.
A mesma realidade vivia hoje o cadeirante Carlos César Ferreira. Um ônibus da linha 253 (Swift/Vila Boa Vista) simplesmente não aceitou levá-lo com a desculpa de que a rampa do veículo adaptado para que a cadeira de rodas possa subir ao interior do ônibus estava sem controle. “Tem quase sempre essa desculpa. Eles estão atrasados e não querem 'perder tempo' com cadeirante. E aí você fica parado no ponto, à espera da boa vontade de algum motorista”, disse Ferreira. Depois de mais de meia hora sob o sol, ele pôde subir no coletivo seguinte. Talvez pela presença dos vereadores e a imprensa, foi possível descer a rampa e colocá-lo no veículo.
Os quatro parlamentares entraram em outro ônibus e, no seu interior, ouviram as mesmas reclamações comuns ao sistema. “O quadro é aquele que nós acreditávamos que fossemos encontrar. Infelizmente, a população não tem sido bem atendida. Há falhas visíveis no sistema. Não chegamos a ouvir muitas reclamações quanto à instituição do cartão para todas as viagens, mas vimos que mesmo esse item pode melhorar. A verdade é que a comissão não se furtará a mostrar o real quadro à Administração Municipal. E cremos que, a partir daí, possamos minimizar ou sanar as falhas”, disse Tico Costa. Até o final do ano, novas diligências serão feitas em horários e regiões diferentes do município.

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