terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Tico faz diligência no Terminal Central

 

Filas que não terminam e ônibus cheios no horário de pico do início da noite. Como não bastasse, em alguns casos atrasos que podem chegar a até 40 minutos. Esta foi a realidade que os integrantes da Comissão de Estudos da Câmara Municipal, criada para fiscalizar atrasos e falta de cumprimento de itinerários no sistema de transporte urbano de Campinas, encontraram no Terminal Central, após mais uma diligência externa realizada hoje à tarde. “Realmente temos de propor algumas readequações à Emdec no relatório final que será elaborado pela comissão. É preciso que o usuário do sistema tenha um serviço mais adequado às suas necessidades, principalmente na questão de colocarmos mais ônibus biarticulados no sistema nos horários de pico”, afirmou o vereador Tico Costa (SD), presidente da comissão. Junto com ele participou da diligência o vereador Carlinhos Camelô (PT).
Na verdade, a realidade do Terminal Central, que recebe cerca de 70 mil pessoas por dia e é ponto de parada de 36 linhas do Sistema InterCamp, é reflexo dos problemas perto do caos que a comissão já encontrou nas outras diligências, realizadas em bairros e periferia da cidade. Contudo, pela sua grandeza e afluxo de usuários, o Terminal Central é um retrato de que a situação no sistema de transporte urbano tem de melhorar.
“Nós aqui trabalhamos em quatro agentes. Ou seja, cada um cuidando de duas plataformas. Há problemas de horário advindos, no período de pico pela manhã e no início da noite, do próprio trânsito de Campinas. Isso leva a atrasos que variam entre 20 a 30 minutos, em média. Nessas horas, temos de ver o lado dos passageiros, que não podem ficar muito tempo além do prazo entre um veículo e outro, mas também precisamos estar cientes dos problemas dos motoristas, que às vezes precisam, entre uma viagem e outra, ir ao banheiro.” A explicação de um agente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) mostra a queda de braço diária para tentar sanar o problema de horário. E nessas horas, frisa o amarelinho, quando o atraso é grande, vale até mandar o veículo fora de horário fazer o seu itinerário como “especial”, sem passageiros, para não atrasar todos os outros que vêm logo depois dele. “A gente tenta consertar como dá”, enfatizou.
 

MUITO A RESOLVER
Mas, mesmo o “jeitinho brasileiro” dos responsáveis pelo sistema não consegue solucionar tudo. Há casos que, mesmo com o horário em ordem, a situação ainda é caótica. Nas linhas 1.20 (Terminal Ouro Verde/Terminal Central via Rodovia Santos Dumont) e 1.19 (Terminal Ouro Verde/Terminal Central), a média nos horários de pico é de um carro a cada dez minutos. Porém, no tempo que a comissão ficou no Terminal Central, o número de veículos ainda era insuficiente para a demanda. Chegaram sem atrasos, mas filas não acabavam, mesmo no caso da linha 1.20 o veículo ser biarticulado. Como o ônibus saindo cheio, a chance de alguém fora do local ser pego nos pontos subsequentes até o final da viagem cai em muito.
“Aqui, gestante e criança, idoso, vão todos em pé. Não tem lugar para todo mundo. Precisava ter ônibus de cinco em cinco minutos. Do jeito que está é uma porcaria”, afirmou a Dona Lúcia Costa. “Já chegou dia de atrasar 40 minutos”, enfatizou a usuária da linha 1.20 e que mora no Jardim Aeronave. A mesma visão tem a dona de casa Jaqueline Cristina dos Santos Silva, moradora do Jardim Uruguai e que utiliza a linha 1.19: “O transporte hoje é de má qualidade. Se a Câmara quer ajudar, acho ótimo. Ainda que a população seja quem detém o poder do voto, nos sentimos impotentes. Logo, cabe aos vereadores, que colocamos lá, tentar melhorar essa questão.”

Para o presidente da comissão, Tico Costa, o que se viu é que em muitos casos o horário é cumprido, mas falta condições de atender plenamente a população nos horários de pico. “O usuário está sendo penalizado, sem dúvida. Se muitas vezes o horário é correto, não se tem conforto para quem utiliza o transporte urbano. Cheios, muitas vezes os ônibus deixam de parar em alguns pontos. Logo, algo há de ser feito. E nós da comissão vamos agora, depois das diligências externas, procurar os proprietários das empresas permissionárias para tratarmos da questão de como melhorarmos essa realidade. O problema existe e é grave em alguns casos, mas a solução não nos parece tão impossível. É uma questão de adequação”, disse o vereador do Solidariedade. 

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