quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Comissão de Segurança se reúne com vigias de rua e avança na criação de uma entidade da categoria

Com a presença de alguns vigias de rua, a Comissão para os Assuntos de Segurança Pública da Câmara Municipal voltou a se reunir hoje, no plenário da Casa, para discutir a regulamentação da categoria. E do encontro mais uma vez se definiu que somente com o esforço conjunto dos poderes Legislativo e Executivo e das polícias Civil e Militar em apoio à ideia de congregar a categoria é que uma associação de vigias no município poderá ter sucesso. “Foi o quarto encontro realizado para discutirmos o tema e o primeiro que vimos vigias de rua na plateia. É um avanço. Agora, é partirmos para a elaboração da legislação do setor”, disse o vereador Tico Costa (PP), que preside a comissão.
No encontro de hoje, o delegado de Polícia Civil de Jundaí, Orli de Moraes, que coordena o Setor de Inteligência da DIG local, esteve na Câmara para relatar aos vigias presentes a experiência bem sucedida do seu município. “É importante a sociedade ter controle sobre este segmento porque todos nós sabemos que ele, se bem aproveitado, vira parte do setor de segurança. Mas, se for maltratado ou deixado de lado, alguém irá arregimentá-lo. Neste caso, o crime organizado, que o fará um olheiro que passa informações sobre a vida dos moradores”, afirmou o policial.
Em Campinas, segundo dados preliminares, há cerca de 7 mil vigias de rua. Ou seja, um contingente considerável para se unir ao segmento de segurança pública. “Se esses dados estiverem corretos, temos no setor a empresa de que mais emprega em Campinas. Ninguém na cidade tem um número tão grande de trabalhadores”, enfatizou o vereador Carlão do PT, que é integrante da comissão de segurança e também esteve presente na reunião.
Diante desses números consideráveis, o delegado Orli de Moraes afirmou que é preciso se estruturar o mais rápido possível a categoria. “Ainda não se inventou uma bola de cristal para a polícia. Logo, este segmento tem que ser cadastrado. E essa ação passa pela Polícia Civil, que está disposta aqui, tenho certeza, a fazer o mesmo trabalho que fizemos em Jundiaí. É hora de passarmos das discussões à ação. E se criar a associação. É só adaptarmos a nossa experiência à realidade daqui, que é uma cidade maior”, explicou. Para ajudar nessa empreitada, o delegado deixou com a comissão um esboço do projeto de lei e do que já foi feito em Jundiaí para regulamentação do setor.
DEPURAR O SETOR
O vereador Tico Costa também vê na associação a única saída para agregar a categoria. “O que sabemos é que teremos profissionais bons e ruins na formação da entidade. Mas os ruins serão, com o tempo, expurgados. E quem ficar – a experiência de Jundiaí nos mostra isso - será do bem. O mau logo se desvia. E os bons ficam ate 20 anos na profissão”.
O delegado Luís Segantin, do Deinter-2, tem a mesma opinião. Segundo ele, “o vigia de rua é um braço importante para a atividade policial, ao repassar informações. A segurança, como plano estratégico, se faz com um conjunto de ações que vai desde a participação do cidadão comum às forças policiais e vigias. Unindo esforços, ganha-se em qualidade e eficiência”.
Esse pensamento é corroborado pelo 1º tenente do 35º Batalhão de Polícia Militar Felipe Barbosa de Cavalho: “É humanamente impossível às forças de segurança estarem em todos os lugares ao mesmo tempo e serem oniscientes. Logo, é a união de toda a sociedade que se faz eficaz no combate à criminalidade”.
Como exemplo de uma experiência que pode gestar a associação, Marcos Alves Ferreira, do Conseg Sul, citou o plano de Vizinhança Solidária que é um sucesso na região do Taquaral. “Com ele e o cadastro que fizemos dos vigias, houve uma depuração na categoria. Dessa forma, acho que se existir o trabalho conjunto dos dez Consegs hoje existentes em Campinas e da unificação de esforços das polícias civil e militar, além dos poderes públicos, a engrenagem funcionará”. Da reunião participou também Celso Antonio Mourão, presidente da entidade jundiaiense dos vigias de rua.
Fotos: Assessoria de Imprensa da Câmara de Campinas

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