terça-feira, 17 de setembro de 2013

GM retomará ações na Região Central


A retomada das operações de repressão da Guarda Municipal (GM) na região do Terminal Central. Esta foi uma medida emergencial que o secretário municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Luiz Augusto Baggio, apresentou hoje à Comissão para os Assuntos de Segurança Pública da Câmara Municipal. Questionado por Paula Selhi, mãe do estudante Felipe Selhi Cunha, assassinado a facadas há dois anos na Rua Cônego Cipião, perto do Terminal Central, por que a GM parou as ações na região, que voltou a ser invadida por moradores de rua e usuários de drogas, o secretário afirmou que a corporação retomará o patrulhamento especial na região em poucos dias e ampliará a repressão. Mas ele lembrou que só isso não irá impedir que o espaço seja uma nova cracolândia.

É preciso revitalizarmos a região, unir as forças de várias secretarias. Já disse ao prefeito Jonas Donizette de que sou favorável mesmo à volta do lago e do relógio de sol, como era antes, para o local. Ou seja, é necessário mudar a realidade da região. Como está hoje, o lugar é favorável à permanência dos moradores de rua e usuários de drogas. O Ceasinha fornece a comida que eles querem, nem que seja no lixo; há Casa da Cidadania, que lhes dá abrigo temporário, e a própria estrutura arquitetônica da região favorece”, diz Baggio.

Para o secretário, só uma união de forças entre a GM e as secretarias de Saúde e de Assistência Social poderia fazer a diferença. “Se eu levar um usuário de drogas ao distrito policial, será feito um termo circunstanciado e ele voltará para as ruas. E aí eu perdi um tempo imenso de uma viatura para um caso sem solução isolada. Se não houver uma integração de esforços, o trabalho é perdido”, afirmou Baggio. Por causa disso, inclusive, está em curso a integração do Município ao programa federal “Crack, é possível vencer”, com verbas destinadas para a segurança pública e o atendimento em saúde e assistência social voltados ao cuidado e tratamento de usuários de drogas. “É uma medida importante que nos dará mais recursos no combate a essa realidade”.

Mas, enquanto essa realidade não chega, o secretário enfatiza que há a Operação Cata-Treco da GM, onde os policiais recolhem caixotes, colchões, cobertores e papelões utilizados por moradores de rua na região central para dormirem. “Não é que a GM é o vilão da história, tirando isso dos moradores de rua. Nós temos regras mínimas de urbanidade que têm de ser cumpridas. Ninguém pode montar um barraco numa via pública central. Fazemos isso na região do Terminal Central como forma de gerar uma situação de segurança. Mas, mesmo neste caso, é importante a Secretaria de Assistência Social estar junto, para darmos uma destinação às pessoas”.


MAIS CÂMERAS

Outra medida importante que o secretário de Segurança expôs é a abertura de licitação, até o final deste ano, para a aquisição de 15 câmeras inteligentes (do tipo OCR) e software especial de leitura e reconhecimento de placas de veículos para o sistema de monitoramento da CIMCamp. “Com a vinda da CIMCamp para a Pasta de Segurança, decidimos fazer a licitação ainda este ano e, no primeiro semestre de 2014, esperamos estar com o sistema funcionando em pelo menos 15 pontos de Campinas. É um sistema pesado, dado ao volume de entrada e saída de veículos do município, mas o faremos e esperamos, no futuro, integrá-lo a outras cidades que já dispõem dele, criando uma rede de segurança maior, intermunicipal”, disse Baggio.

Para que isso se dê, inclusive já está sendo um criado um protocolo interno na Secretaria para a manipulação dos dados, que seria restrita a um grupo especial. Neste caso será feita a criação de uma “sala-cofre”, sob a gestão do órgão municipal e onde se dará todo o monitoramento das imagens do sistema de câmeras, com o intuito de criar uma política integrada de segurança, onde membros restritos da GM e das polícias Federal, Civil e Militar terão posse e estudo das imagens para definir ações. “Mas algumas coisas terão de mudar. Hoje, por exemplo, sabemos que emissoras de tevê têm acesso a imagens da CIMCamp. Teremos de rever o que são dados sigilosos e os que não são”.

OUTRAS AÇÕES

No balanço da Secretaria dentro do novo governo, Luiz Augusto Baggio incluiu as parcerias que aconteceram a partir da criação do Gabinete Metropolitano de Gestão Estratégica da Segurança Pública (Gamesp), que une membros das polícias Civil, Militar e Federal, Guarda Municipal, secretarias estaduais, Ministério Público, Poder Judiciário e sociedade civil. “Com isso ficou possível os dois Deinter e os dois comandos de policiamento do Interior da PM trocarem informações entre si, o que era raro antes. Dá uma nova dinâmica à questão da segurança”.

Mas, para o secretário, pelo fato da sua Pasta trabalhar 24 horas em todos os dias do ano, muito mais precisa ser feito em prol de uma política de segurança. Com cerca de 700 integrantes, em plantões de 24 horas, o montante de ocorrências é grande. “Precisamos de mais homens. Atualmente eu poderia chamar mais 100 recrutas concursados, só que não tive verba. Sei porém que, desses, cerca de 30% desistirão ainda na Academia. Nos falta, por exemplo, pessoal administrativo interno. Eu tenho que ter, em cada base, um soldado para registrar ocorrências, por falta de pessoal administrativo. Espero, no futuro, fazer com que cada GM, na rua, possa fazê-lo on-line. Inclusive já estamos viabilizando um programa para isso”, afirma Baggio.

Para ele, outra questão emergente na corporação é que daqui a 4 ou 5 anos começarão a acontecer as aposentadorias na GM. “Temos de repor esse pessoal logo, até para não perdermos a questão da longevidade da equipe, do conhecimento de rua. O problema é que cada novo guarda demanda treinamento, fardamento, armamento. Já adquirimos 100 novas pistolas para trocarmos nossos antigos revólveres calibre 38 e trocaremos também os atuais uniformes, mas tudo leva tempo”.

Outro ponto enfocado pelo secretário é a necessidade de atendimento psicológico aos GMs depois de participarem de uma ação onde ocorra um confronto armado. “Como é hoje, o homem mata ou quase é ferido e, na maior parte das vezes, volta à corporação no turno seguinte para trabalhar. Isso não é possível, não é humano. Por isso estamos contratando um serviço psicológico para mudar essa realidade”, disse o secretário.


PROGRAMA CONTRA A VIOLÊNCIA SEXUAL

O secretário enfatizou ainda o treinamento que será feito com guardas municipais femininas para atendimento de modo horizontal de casos de violência sexual contra mulheres. “Daqui a quatro meses poderemos já ter este serviço em funcionamento. Isso integrará também funcionárias do IML para o atendimento, por isso o tempo que demanda um treinamento”.

Participaram da reunião com o secretário de Segurança os vereadores Tico Costa (PP), presidente da Comissão para os Assuntos de Segurança Pública, e os vereadores integrantes da mesma André von Zuben (PPS), Carlão do PT e Pastor Elias Azevedo (PSB), além do vereador Luiz Carlos Rossini (PV).

(Fotos: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Cimcamp e PUC iniciam negociações para integração no Projeto Câmera Cidadã


A Central Integrada de Monitoramento (Cimcamp) e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC) iniciaram ontem negociações para uma possível instalação do sistema de câmeras do órgão municipal nos arredores do Campus 1. Hoje, há 180 câmeras internas gerenciadas pela equipe de segurança da instituição de ensino nos campi. A intenção da PUC agora é a de ampliar a segurança externa no campus do Parque das Universidades. Um dos pontos considerados com problemas é a Avenida Ana Maria Silvestre Haddad, onde há incidência esporádica de sequestros-relâmpagos, furtos de veículos, saidinhas de banco, roubos a pedestres e até ataques a agências bancárias localizadas na via. O encontro foi entre o diretor da Cimcamp, Nelson Cayres; o pró-reitor de Administração da PUC, Ricardo Pannain; o supervisor de segurança da universidade, Israel Pilmon Gitirana Barros; o encarregado de segurança da PUC, Fábio Donizete Silva; e o vereador Tico Costa (PP).
Se o acordo for confirmado, após estudos de viabilidade técnica e financeira que serão feitos por parte da universidade, a PUC integrará o convênio “Câmera Cidadã”, criado pela Cimcamp. Através dele, o interessado entra com os custos de equipamentos e sua instalação. Já a Cimcamp assume o monitoramento, a operação e manutenção posteriores. Atualmente, agências do Banco Itaú, a Sanasa, a Câmara de Campinas e condomínios do Alto da Nova Campinas estão integrados ao sistema da Cimcamp. No Itaú, há a cessão de imagens das câmeras externas das agências. A vantagem de unificar esforços é a garantia de intervenção imediata da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal (GM) em casos de ações criminosas. Outra vantagem é poder contar com uma segurança, por meio de um monitoramento, 24 horas por dia. Hoje há uma média de 300 a 320 câmeras da Cimcamp funcionando diariamente no município, algumas já com imagens em HD.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Tico Costa participa de programa sobre a crise na Polícia Civil



Uma realidade de desestruturação da Polícia Civil no Estado de São Paulo, onde de cada 100 boletins de ocorrência que chegam aos distritos policiais, apenas cerca de 14% se transformam em inquérito policial e, desses investigados, somente cerca de 7% chegam ao seu final com sucesso. Com esta declaração, Aparecido Lima de Carvalho, presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Região de Campinas (Sinpol) e da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sudeste (Feipol/SE), foi hoje ao programa Câmara em Debate, na TV Câmara, para relatar a crise na instituição.

Sob o comando da jornalista Mirna Abreu, o programa teve a participação dos vereadores Tico Costa (PP), presidente da Comissão para os Assuntos de Segurança Pública, e Pastor Elias Azevedo (PSB), membro da Comissão. “A realidade de apenas 7% dos inquéritos instaurados chegarem a termo mostra o tamanho do problema que temos de resolver na questão da restruturação da Polícia Civil”, afirma o presidente do Sinpol. “Mostra, com evidência, a falta de estrutura e condições de trabalho. Há carência de viaturas, homens preparados e treinados rotineiramente, aparelhos de escuta, tecnologia de ponta, com software moderno, efetivo e tempo de investigação. Infelizmente, hoje, em muitos casos, a mídia é que dá o tom do que vai ser investigado. Ou seja, a polícia acaba dedicando o seu tempo ao crime que repercute na mídia. E não poderia ser assim”, diz Carvalho.

“O que nós vemos agora é que temos quase metade do efetivo que tínhamos há 15 anos. E não podemos aceitar o desmonte da Polícia Civil que vem sendo colocado pelo governo estadual”, afirma Carvalho. Para ele, a promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB), feita hoje em Campinas, durante solenidade para a criação da 2ª Delegacia Seccional no município - de que haverá a contratação de mais 1.853 homens para a polícia científica e novos 2.805 cargos para a polícia civil no Estado -, não cobre as necessidades. “Hoje há um déficit de 8 mil policiais no Estado, logo essa promessa não supre as necessidades. No caso da nova Seccional, por exemplo, como criarmos uma nova estrutura se temos a falta de pelo menos 250 homens em Campinas?” - questiona. De acordo com ele, “o desaparelhamento da polícia leva à impunidade do criminoso e deixa o crime agir livre nas ruas”.



GREVE BRANCA

Para Carvalho, o movimento que a Polícia Civil tem feito nos últimos meses, de paralisações pontuais, é para garantir melhores condições de trabalho e salários à categoria. “Mas não é apenas para os policiais. É para a sociedade como um todo, para que possamos dar respostas à ela, com um trabalho muito melhor. Não aceitamos o desmonte de uma instituição centenária. Sabemos que há a Lei de Responsabilidade Fiscal e a questão do Orçamento, mas sabemos também que há sobra de caixa no Estado. O que pedimos é tão somente que haja negociação para chegarmos a um consenso”.

Segundo o presidente do Sinpol, “precisaríamos ter um reajuste de ao menos 100% para cobrir todas as perdas, mas podemos negociar esses número. Dá-se uma parte agora e se paga o restante em cinco, dez anos, parcelado. Mas que haja a negociação, vontade política do governo. O que não podemos é aceitar que policiais ofereçam as suas vidas e de seus familiares por um salário de fome, onde os reajustes se dão apenas sobre o salário base, que é cerca de 1/3 do que recebemos no final do mês. Chega de penduricalhos no salário que serão perdidos na aposentadoria”.

Diante do quadro caótico da Polícia Civil, onde dos 100 escrivães que existem em Campinas, por exemplo, apenas 47 deles estão efetivamente em inquéritos policiais – o restante está em área administrativa -, o presidente do Sinpol vê apenas um movimento mais radical como saída. “Queremos ser ouvidos e poder negociar. Caso contrário, vamos à greve branca, em estado de greve.” Ele lembrou ainda o nível de estresse que vive o policial no seu dia a dia, sem avaliações físicas e psicológicas do profissional por parte do Estado, e da excessiva burocracia existente, com “papeladas intermináveis” que levam à um entrave de investigações.

Diante do quadro, para os vereadores Tico Costa e Pastor Elias Azevedo, o apoio da Comissão para os Assuntos de Segurança Pública é total. “Hoje, com o crime se especializando e se fortalecendo cada vez mais, vemos a Polícia Civil na contramão. E isso não se dá por culpa dos policiais. Por isso pregamos e apoiamos uma restruturação total da instituição”, afirmou Tico Costa. O vereador e presidente da Comissão reiterou a apresentação de uma moção, a ser lida na sessão de hoje e enviada ao governador do Estado e ao secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, reivindicando melhorias para a Polícia Civil - tanto para a questão salarial como o reaparelhamento e melhores condições de trabalho. “Temos hoje debatido muito o apoio às revindicações da Guarda Municipal e da Polícia Militar, no caso das carências do Corpo de Bombeiros, por isso não podemos nos furtar aos problemas vividos pela Polícia Civil. Afinal, é a questão da segurança de todos nós que está em jogo. Uma polícia forte pressupõe uma sociedade melhor protegida”, disse Tico Costa. 
(Foto: Lucas Leite/Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas)